“Endereço um cumprimento ao ministro das Finanças”. Em reação às declarações de Mário Centeno depois do Conselho de Ministros desta quinta-feira, Luís Montenegro dá os seus cumprimentos não só ao ministro das Finanças, mas a todo o Governo, porque foi reconhecido o trabalho executado por Passos Coelho e Paulo Portas.

Na opinião do líder da bancada do PSD, o Governo de António Costa reconhece que a trajetória seguida pelo Executivo PSD/CDS era a correta: “É um dia importante em que o atual Governo socialista reconhece de forma muito clara que o caminho orçamental que vínhamos percorrendo era o adequado para podermos cumprir o objetivo de termos uma meta orçamental de défice inferior a 3%”.

Os cumprimentos de Montenegro são dados por dois motivos. Primeiro porque “a manutenção de medidas de mera gestão corrente quotidiana de contenção da despesa é suficiente para podermos atingir um défice, no final do ano, inferior a 3%”. Em segundo lugar, por o “ministro das Finanças ter assegurado ao país que temos todas as condições para poder chegar a 31 de dezembro e cumprirmos esse grande desígnio nacional que é ter um défice inferior a 3%, e portanto podermos iniciar um caminho novo fora do procedimento de défice excessivo”.

É “democraticamente saudável” que exista o reconhecimento do trabalho do anterior Governo de direita e “honestidade política”, declara Luís Montenegro. Isto porque, argumenta, se existisse qualquer tipo de problema na execução orçamental seriam necessárias medidas que não as de “mera gestão corrente”.

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Para o líder da bancada social-democrata, as declarações de Mário Centeno demonstram que a situação orçamental “está perfeitamente controlada”, algo que vem “na sequência do Governo anterior”. A preocupação de Montenegro, afirma o mesmo, viria se as declarações do atual ministro das Finanças fossem no sentido que não seria possível ter um défice abaixo dos 3%, o que significaria que Portugal continuaria no procedimento de défice excessivo.

No entanto, Montenegro diz que é preciso que se mantenha o controlo sobre as despesas públicas e sobre o orçamento no futuro para que as pessoas possam sentir “na vida quotidiana” os efeitos que decorrem da saída do procedimento de défice excessivo.

Inquirido sobre o facto de o Executivo de Passos Coelho ter apontado para o final de 2015 um défice de 2,7% algo que, em princípio, não se verificará, Montenegro desvaloriza, dizendo que o que importa é que este fique abaixo dos 3%, não importando se é “mais uma décima ou menos uma décima”.