Os jornalistas do britânico The Guardian puseram-se às compras na Amazon.co.uk e descobriram vários itens proibidos e ilegais: “armas perigosas”, muitas desenvolvidas especificamente para as forças de segurança e militares, que estão agora a ser vendidas, ilegalmente, a consumidores online.

No decorrer da investigação, os jornalistas chegaram a comprar três armas: uma pistola que dispara um jato de gás pimenta de alta resistência, uma arma de choque e um boné de baseball com uma soqueira escondida. Todas foram vendidas ilegalmente e declaradas como “luz LED” ou “peça de um brinquedo”.

Um porta-voz do Agência Nacional do Crime disse ao The Guardian que estas armas “não são recordações inofensivas ou brinquedos – são armas perigosas capazes de causar ferimentos graves e de facilitar outros crimes”, lê-se na publicação. “Não vale a pena importá-las se tiver em conta que pode passar os próximos cinco anos na prisão”, acrescentou.

O boné e a arma de choque foram comprados a vendedores independentes registados na Amazon britânica, mas oriundo dos Estados Unidos e de Israel. A arma de choque foi vendida diretamente pela Amazon, mas chegou ao destino sob a designação de “prenda importada” no valor de cerca de 9 euros quando, na verdade, custou cerca de 138 euros. Os jornalistas receberam-na 48 horas depois de terem feito a encomenda.

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O jornal apurou que a polícia escocesa já estava a investigar a Amazon por causa da venda de uma pistola de gás pimenta a um cliente de Edimburgo, em outubro de 2014. A empresa estava a par da investigação e, ainda assim, não deixou de continuar a vender aquele produto.

Aos vendedores independentes, a Amazon informa sobre as 42 armas cuja venda está proibida. Confrontada com a notícia, a Amazon explicou que todos os vendedores devem seguir as linhas da empresa e aqueles que não o façam ficam sujeitos às consequências, que podem incluir o cancelamento da conta. Mas não teceu comentários sobre o facto de o gás pimenta ter sido comprado diretamente ao The Guardian.

Um porta-voz do Ministério da Administração Interna confirmou que a venda destas armas era legal e que a pena máxima para este crime estava a ser revista: de 10 anos para prisão perpétua. E afirmou que o Governo estava a tomar medidas conjuntas com os retalhistas online e de rua para reduzir o número de armas brancas proibidas, como facas.