A situação financeira do ‘Diário Económico’ agravou-se nos últimos dias, na sequência de uma penhora do fisco. Numa conversa com os trabalhadores, o diretor do jornal, Raul Vaz, falou mesmo numa situação “dramática” a que atualmente se está a viver na publicação, segundo conta o jornal Expresso.

A penhora das Finanças às receitas do jornal junta-se a dívidas a fornecedores e agrava o défice de tesouraria que faz com os jornalistas tenham dois meses de salários em atraso. O passivo é na ordem dos 30 milhões de euros e causa entraves a uma solução para o jornal.

Em declarações ao Expresso, Raul Vaz fala numa situação “muito complicada, para não dizer dramática” porque a penhora “mesmo que legítima” representa num novo obstáculo para o processamento de salários e pagamentos a fornecedores”. Apesar de aguardar uma solução que mantenha a marca no mercado, Raul Vaz diz ao semanário que sabe que existem “negociações” para a venda do título e do seu canal de televisão, a ETV, mas que a entrada de novos investidores não é certa.

Desde que foram conhecidas as dificuldades da Ongoing em manter o jornal, que surgem notícias de possíveis interessados e logo depois das suas desistências. Falou-se em interesses angolanos, desde Isabel dos Santos, da Newshold, à Global Media (DN, JN, TSF) que tem na estrutura acionista António Mosquito, sendo que neste momento as atenções estão viradas para o empresário Domingos Vunge (Score Media, proprietário da editora Media Rumo, dono do semanário de economia “Mercado”). Mas é preciso perceber se o jornal aguenta até que a compra se concretize, o que pode demorar semanas, senão meses, uma vez que a atual situação impede a compra de mais papel para imprimir o jornal, e o que está em stock apenas chegará para alguns dias.

A Ongoing mandatou o banco Haitong (ex-Besi) para vender o jornal e ter-se-á responsabilizado pelo passivo atual de 30 milhões, mas o negócio não avançou e poderá ser necessária uma grande reestruturação prévia na empresa, para reduzir o défice mensal de 200 mil euros. O Económico e a ETV empregam 160 trabalhadores.

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