O número de concursos públicos lançados e de contratos celebrados teve em novembro o pior registo mensal, apontando 2015 como o pior ano de sempre em termos de investimento público em Portugal, divulgou a associação do setor.

De acordo com o barómetro da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) divulgado, em novembro apurou-se o registo mensal mais baixo desde o início desta série, relativa às promoções de concursos de obras públicas, que remonta a janeiro de 2010.

No total, apenas foram promovidos 56,4 milhões de euros, valor que é 28% inferior ao apurado no mês anterior.

Nos últimos seis anos, apenas se registaram valores mensais abaixo de 80 milhões, por sete ocasiões, sendo que quatro ocorreram já durante o corrente ano, destaca o barómetro.

Desde o início do ano, foram promovidos 1.125 milhões de euros, valor que representa uma quebra de 24%, face ao apurado no período homólogo de 2014.

“Tudo indica que, mantendo-se esta situação, 2015 terminará com um volume de obras concursadas que será o mais baixo desde, pelo menos, o ano 2000, altura em que se lançaram 3,9 mil milhões de euros em concursos públicos, ou seja, mais do triplo do volume atual”, segundo o barómetro

Em matéria de contratos celebrados, a AICCOPN assinala que “o cenário é ainda mais gravoso”, verificando-se, até final de novembro, uma redução de 38% face ao período homólogo de 2014, para os 962 milhões de euros, sendo que o valor que diz respeito a ajustes diretos apresenta uma quebra de 2%, e os contratos resultantes de concursos públicos registam uma “impressionante quebra” de 51%.

A AICCOPN refere que “esta é uma situação que, tal como havia alertado, só será compreensível dada a dependência do setor face aos ciclos eleitorais, que geram inaceitáveis avanços e recuos”.

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