Mariano Rajoy anunciou que vai abrir diálogo com outras forças políticas com a intenção de formar um governo equilibrado e estável. O líder do Partido Popular (PP) espanhol referia-se, sobretudo, ao PSOE e ao Ciudadanos, as forças políticas mais aproximadas à linha do PP: “Os partidos com quem vou falar são aqueles que coincidem nos temas base”. E acrescenta: “Independentemente da fragmentação política, a maioria dos votantes tem apoiado formações que partilham a defesa da ordem constitucional, a unidade de Espanha, a soberania nacional, a igualdade entre os espanhóis, o papel de Espanha no exterior e a luta contra o terrorismo”.

Mariano Rajoy falava durante uma conferência de imprensa após ter terminado a reunião do Comité Executivo Nacional do partido, onde foram analisados os resultados das eleições deste domingo, em que o seu partido perdeu a maioria absoluta, derrapando de 186 deputados, em 2011, para 123, em 2015.

Rajoy lembrou que o PP foi o partido mais votado e recordou as percentagens das eleições de domingo. Como se esperaria, reforçou que deve governar a força partidária mais votada: “Os espanhóis mostraram a sua vontade, agora diz respeito a todos os políticos gerir com responsabilidade e sentido de Estado”.

O primeiro-ministro espanhol admite que não será fácil governar sem maioria absoluta, mas que a tradição do país mostra que sempre governou o partido que ganhou as eleições. E relembra: “Espanha não pode permitir-se a um período de indefinição política”. O diálogo que o PP quer abrir e levar em frente, deve ser “responsável e com vistas largas e com os olhos postos no interesse geral de Espanha”.

Sem deixar de felicitar todos os membros do seu partido, Mariano Rajoy falou ainda sobre os próximos passos do PP: “Haverá um congresso aberto quando terminar o processo de formação do governo”, garantiu. Congresso nacional esse que chega como resposta a indicação de José María Aznar, que pediu um congresso aberto do partido para que os militantes ossam discutir o futuro do PP e eleger a direção do partido. O congresso deverá acontecer em 2016, mas ainda não há data oficial. O líder do PP destaca ter “força e vontade de se apresentar [ao congresso nacional]”. E volta a salientar: “A fragmentação das forças políticas não pode ser um elemento de paragem, bloqueio ou inação”.

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