A Malásia lançou a sua primeira companhia aérea que respeita a lei islâmica, a Sharia, conta o Telegraph. A Sharia baseia-se na leitura do Corão e em pensamentos do profeta Maomé. O nome da companhia malaia é Rayani Air, na qual, entre outras regras, haverá rezas antes de cada descolagem.

As regras adotadas no primeiro voo, entre Kuala Lumpur e Langkawi, no domingo passado, serão alargadas a todos os voos da Rayani Air. Ou seja, estão proibidas as bebidas alcoólicas, está disponível comida halal (permitida aos muçulmanos) e será obrigatório o uso do hijab, o lenço na cabeça, por parte do staff feminino muçulmano. “É obrigatório que as mulheres muçulmanas da tripulação usem o hijab e que as não-muçulmanas se vistam com roupa decente”, disse Jaafar Zamhari, o diretor administrativo da companhia aérea.

O Telegraph tentou saber junto da companhia aérea se haveria possibilidade de transportar comida não-hilal, comprada anteriormente, para o avião, mas não obteve resposta. O website da empresa, no entanto, informa que os passageiros são brindados com um muffin, um sumo de fruta e amendoins.

Este não é, todavia, um caso único no mundo das companhias aéreas. A Saudia Airlines, a companhia nacional da Arábia Saudita, já respondia a alguns mandamentos da Sharia, como a proibição de álcool e a obrigação do uso do hijab por parte de todas as mulheres a bordo, em todos os momentos. Um artigo do Daily Mail, de janeiro de 2015 e atualizado este dezembro, sugeria que a mesma companhia iria mais além, promovendo a segregação de sexos. Depois de algumas queixas por parte de passageiros do sexo masculino, alegando que as assistentes de bordo apresentam comportamentos provocadores face aos homens, Abdul Rahman Al Fahd, o homem forte do marketing da empresa, afirmou que “há soluções para este problema”, sugerindo a divisão por género.

A Saudia Airlines respeita ainda os princípios do país, que proíbe quase todo o tipo de liberdade às mulheres. Por essa razão, a companhia aérea daquele país não contrata mulheres sauditas para a tripulação, preferindo recrutar funcionárias do Paquistão, Filipinas, Albânia e Bósnia. As mulheres da Arábia Saudita votaram pela primeira vez na sua vida no dia 11 de dezembro deste ano, mas não podem conduzir, por exemplo. Quanto a estudar e viajar, só o podem fazer após autorização do marido.

Voltando à Rayani Air, que conta com dois Boeing 737-400, a companhia aérea malaia oferece ligações entre Kuala Lumpur, Kota Bahru e Langkawi, e oferecerá depois para Kuching e Kota Kinabalu, informa ainda o Telegraph.

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