A banda filarmónica está a preparar-se no salão de festas ao lado da igreja da aldeia. Têm todos fatos azuis, uma estrelinha no ombro, um chapéu posto e sapatos engraxados. Uns acertam os ritmos dos tambores, outros afinam os clarinetes, alguns trocam as palhetas do saxofone.

A banda sobe ao coreto quando a aldeia toda espera, cinco degraus abaixo. Põe-se em meio círculo e o maestro dá a ordem. A vida na aldeia começa. E os coretos vão sabendo destas histórias de aldeia, são o centro de um universo de histórias.

A palavra “coreto” – aquele estrado coberto situado no meio das aldeias e cidades – pode vir do grego “khorus” e do latim “choru” que significam “dança”. Mas também pode ter raízes na expressão italiana “coretto”, mais ligada ao conceito de quiosque”. Chegou a Portugal com o liberalismo que, em 1820, veio instalar a Monarquia Constitucional: tinha inspiração nos jardins franceses, eles que já tinham sido erguidos com base nos jardins ingleses. E vinham significar que o povo já podia ter acesso à arte e à cultura de forma gratuita.

Alguns eram fixos, outros eram montados em dias de arraial. Mas muitos foram e são os palcos das celebrações típicas das aldeias, vilas e cidades portuguesas. Estes 35 são exemplo disso.

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