O Bloco de Esquerda (BE) questionou o Governo sobre a inexistência de médicos radiologistas durante a madrugada nos hospitais do Norte do país, devido aos “cortes cegos” do executivo PSD/CDS, disse hoje à Lusa o deputado Moisés Ferreira.

Na pergunta dirigida na quarta-feira ao Ministério da Saúde, a que a Lusa teve acesso, o BE quer saber “que medidas urgentes serão tomadas de forma imediata” para resolver o problema que, segundo Moisés Ferreira foi “denunciado pela Presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos” e afeta todos os hospitais tutelados pela Administração Regional de Saúde do Norte.

O BE aponta como exemplo o Hospital de S. João, no Porto, mas fonte oficial desta unidade disse à Lusa ter o serviço de radiologia “assegurado durante 24 horas por dia”, nomeadamente entre as 01:00 e as 08:00, período durante o qual se recorre ao radiologista através da telerradiologia.

Para o BE, esta é uma “alternativa de recurso que apresenta muitas limitações”.

“As consequências da falta de radiologistas durante as madrugadas na região Norte do país podem ser muitas e de enorme gravidade para os doentes: erros ou atrasos nos diagnósticos, o que pode impedir que os hospitais e as suas equipas médicas respondam com prontidão a situações urgentes e emergentes”, descreve o BE, na pergunta enviada na quarta-feira ao Governo.

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Segundo Moisés Ferreira, “durante as madrugadas os hospitais do Norte estão desprovidos de meios complementares de diagnóstico” e, “ao atrasar o diagnóstico”, estas unidades “atrasam também a resposta aos doentes”.

De acordo com Moisés Ferreira, a atual situação deve-se aos “cortes feitos pelo Governo PSD/CDS na saúde nos últimos anos”.

“O Governo PSD/CDS aplicou o seu programa de austeridade durante quatro anos, o que se traduziu em cortes cegos nas áreas e serviços públicos mais necessários às populações. Na Saúde são conhecidos cada vez mais exemplos onde falta capacidade para dar uma resposta pronta e imediata a determinados casos. Essa incapacidade é consequência da deterioração das condições de trabalho dos profissionais e de cortes no funcionamento dos serviços”, descreve o BE.

Para o BE, “a falta de radiologistas no Norte durante a madrugada diminui a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e pode colocar em risco os doentes urgentes e emergentes, pelo que é necessária a imediata resolução deste problema”.

De acordo com o Bloco, “esta situação era do conhecimento da anterior tutela”, que “nada fez para a resolver”.