Existem dois tipos de pessoas que praticam exercício físico: aqueles que não abdicam do treino matinal para começarem bem o dia e aqueles que só gostam de treinar à tarde ou à noite para descomprimir. No entanto, mais do que uma questão de preferência, “a hora em que praticamos desporto depende da modalidade e das capacidades físicas de cada um”, diz José Soares, professor catedrático de Fisiologia na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

Por exemplo, se é adepto de atividades de média e alta intensidade (isto é, mais rápidas) como corridas, sprints e saltos, deve optar por praticar exercício físico logo pela manhã. Mas se a sua praia forem modalidades mais demoradas (e de baixo impacto) como ioga, pilates ou caminhadas, é recomendado que o faça mais tarde. Porquê? “O corpo começa por libertar as hormonas do stress de manhã e depois de passarmos o dia todo em situações de pressão permanente, o corpo está preparado para abrandar ao fim do dia”, explica José Soares.

“Quando vamos treinar a um ritmo frenético depois de um longo dia de trabalho, o corpo entra em stress fisiológico. É um contrassenso se vamos sobrecarregar o corpo depois de um dia agitado porque ele está a preparar-se para descansar e estamos a impor-lhe um esforço adicional.”

Como consequência, o organismo pode sofrer implicações negativas. “As aulas e atividades do ginásio submetem-nos ao stress do som e da luz que pode alterar o normal funcionamento do círculo circadiano e alterar o padrão do sono”, adianta o também autor do livro Running — Muito Mais do que Correr.

“No entanto, para quem gosta ou só pode praticar atividades de alta intensidade a partir da tarde, o importante é que faça exercício físico” — independentemente da hora. Desde que acompanhe a sua rotina de treino com uma alimentação saudável e uma boa noite de sono, o sucesso está garantido.

Texto editado por Ana Dias Ferreira.

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