Mais um importante aliado na luta contra a espionagem cibernética. Depois do Facebook, do Twitter e da Yahoo, a Microsoft vai começar a informar os utilizadores quando existirem suspeitas fundadas de que as contas de correio eletrónico desses utilizadores estão a ser atacadas por entidades governamentais.

A notícia foi confirmada pela própria Microsoft, no blogue da empresa fundada por Bill Gates. O gigante da informática já dispunha de um mecanismo que permitia avisar os utilizadores sempre que estivessem a ser alvo de ataques organizados por piratas informáticos. Agora, a Microsoft desenvolveu um sistema de alertas especialmente desenhado para detetar eventuais ataques informáticos perpetrados por entidades governamentais.

A decisão da Microsoft está a fazer correr muita tinta na imprensa internacional. A mudança de política da empresa acontece dias depois de a agência Reuters ter desafiado a multinacional a explicar por que razão tinha ocultado vários detalhes sobre o ciberataque ocorrido em 2011.

Na altura, vários utilizadores do Hotmail, sobretudo líderes das minorias chinesas, diplomatas, jornalistas e ativistas terão sido espiados. Ora, de acordo com a Reuters, que cita dois antigos funcionários da Microsoft, a empresa não demorou a perceber que o ataque tinha sido organizado por autoridades chineses, mas nunca chegou a notificar os visados.

A Microsoft, porém, continua a garantir que nem a empresa, nem o próprio Governo norte-americano conseguiram descobrir a origem deste ataque. Ainda assim, no comunicado divulgado na quarta-feira, a multinacional explica que esta medida é mais um passo para proteger os utilizadores de ataques eventualmente “patrocinados por Estados”. “É provável que esses ataques possam ser mais sofisticados ou mais sustentados do que outros ataques”, explica a Microsoft.

No entanto, e mesmo com este reforço da segurança, a identidade dos eventuais atacantes não vai ser revelada, informou a Microsoft. “As provas que recolhemos durante a investigação podem ser sensíveis, por isso, não está nos nossos planos revelar informação detalhada ou específica sobre os atacantes ou sobre os seus métodos. Mas quando as evidências sugerirem que o ataque é patrocinado por um Estado, vamos informar-vos”.

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