O candidato presidencial Sampaio da Nóvoa, que esteve no Centro de Acolhimento para Crianças Refugiadas, hoje em Lisboa, afirmou, quando questionado por um dos jovens, que tem “uma grande abertura” em relação aos refugiados e defendeu a necessidade de os portugueses conhecerem esta realidade.

“É muito importante que, no mundo inteiro, possamos acolher-nos uns aos outros e tenhamos uma grande abertura em relação a vivermos em conjunto, a podermos estar bem uns com os outros. Somos diferentes, cada um de nós pensa da sua maneira, tem as suas culturas, tem as suas religiões. Mas o mundo é só um, temos de estar em conjunto neste mundo, temos que nos apoiar uns aos outros”, explicou o professor.

O candidato reiterou que é fundamental “criar as condições para que cada um possa viver o melhor possível, possa desenvolver-se, fazer o que quer fazer da vida, ter o seu trabalho, ter a sua família”, lamentando, no entanto, que “é isso que muitas vezes não acontece”.

Já em declarações aos jornalistas, no final da visita, o candidato presidencial afirmou que se trata de “uma situação que preocupa a todos”, que “se agravou muito ao longo dos últimos meses e que vai ter um enorme impacto ao longo de 2016 e de 2017”, sublinhando que é uma realidade que os portugueses precisam de conhecer.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“É preciso que haja um conhecimento desta situação para que a partir deste conhecimento se possam criar planos de acolhimento e dinâmicas de inclusão destas pessoas. Não há nada que nos dê mais dignidade como seres humanos e como país do que poder ter uma atitude de grande abertura e de grande acolhimento em relação a situações absolutamente dramáticas de crianças e jovens que temos a obrigação de acolher, de tratar bem”, defendeu.

Quando questionado sobre se sociedade portuguesa está preparada para acolher estas pessoas, Sampaio da Nóvoa reconheceu que “provavelmente ninguém está totalmente preparado” e disse que a sua visita ao Centro de Acolhimento para Crianças Refugiadas pretende também contribuir para esta preparação.

“Ao darmos a conhecer, ao darmos visibilidade a estas situações, ao conversarmos com estes jovens, ao levarmos a conversa com estes jovens a todos os portugueses, ao vermos que – no meio de tantas dificuldades – há uma alegria nos olhos destes jovens… É desse conhecimento que se faz uma quebra de preconceitos, uma quebra de tabus”, esclareceu, acrescentando que, “no desconhecimento, está quase sempre a xenofobia e o racismo”.

Para o candidato presidencial, é preciso que os povos “se liguem uns aos outros”, porque é nesta ligação aos outros que “está uma parte da humanidade”, e é também necessário “criar condições para que a sociedade portuguesa possa acolher estas pessoas de uma maneira mais natural e mais normal”.