Os passageiros de comboio, autocarro e ferry que façam a travessia da Dinamarca para a Suécia terão, a partir desta segunda-feira, de apresentar um documento de identificação para passarem a fronteira, uma medida para conter o fluxo de migrantes.

Os viajantes foram alertados para a possibilidade de longas filas e atrasos, a partir da meia-noite (23h00 de domingo em Lisboa) no lado dinamarquês da ligação por ponte e túnel Oresund, que tem sido um dos principais pontos de entrada para migrantes e refugiados que desejam recomeçar a vida na Suécia.

As medidas têm como objetivo afastar migrantes indocumentados e surgem depois de a Suécia – que acolheu mais requerentes de asilo ‘per capita’ que qualquer outro país europeu – ter dito que não conseguia lidar com o fluxo não regulado de novas chegadas.

Uma barreira temporária foi já erguida na estação do aeroporto de Kastrup, onde os comboios serão parados para controlos obrigatórios, para prevenir que as pessoas tentem passar através das vias ferroviárias.

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“É como se estivéssemos a construir um muro de Berlim aqui. Estamos a andar vários passos para trás”, disse Michael Randropp, porta-voz da associação Kystbanen, de viajantes pendulares.

A reintrodução de controlos na fronteira significa que quem viaja entre os dois países nórdicos terá de mostrar os passaportes pela primeira vez em mais de meio século, o que representa mais um ‘golpe’ no sistema Schengen.

Vários outros países da União Europeia, incluindo Alemanha, Áustria e França, voltaram a impor controlos de fronteira no ano passado.

Mais de um milhão de migrantes chegou à Europa em 2015, a maioria refugiados a fugir da guerra e violência da Síria, Afeganistão e Iraque, de acordo com a agência de refugiados das Nações Unidas.

A Suécia, com 9,8 milhões de habitantes, acolheu cerca de 160.000 requerentes de asilo no ano passado.