O ministro da Economia afirmou esta terça-feira que a economia portuguesa registou um abrandamento no final de 2015, mas adiantou que o objetivo do Governo é “relançar a economia” para garantir um crescimento superior este ano e no próximo.

Questionado sobre os dados do Instituto Nacional de Estatística que revelaram hoje que os indicadores de confiança dos consumidores e de clima económico caíram em dezembro, o ministro Manuel Caldeira Cabral disse que estes números não são desanimadores e que “Portugal está a ter muitos indicadores de um bom comportamento da economia”.

“Está a ter, no final de 2015, um abrandamento”, mas “não é uma quebra do ciclo de crescimento económico”, disse aos jornalistas, à margem do Seminário Diplomático, em Lisboa, no qual intervirá esta tarde.

“O que queremos é inverter este abrandamento e relançar a economia para que 2016 seja um ano em que o crescimento seja superior e mais forte e para que 2017 seja um ano ainda melhor”, sublinhou.

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Para tal, o Governo aposta nas “medidas de relançamento que virão no Orçamento do Estado”, nomeadamente para a criação de rendimento e medidas de apoio ao investimento, como o crédito fiscal ao investimento, e medidas de apoio à transferência de tecnologia e à inovação e à aceleração dos fundos comunitários.

Sobre esta questão, Caldeira Cabral afirmou que já chegaram quatro milhões de euros às empresas, depois de resolvidos “os problemas que havia nos pagamentos” dos fundos comunitários.

“O investimento não pode estar à espera”, disse.

Para o ministro, a Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), vulgo banco de fomento, “não está a cumprir o seu objetivo” e há que a “pôr a funcionar”.

Isto sem “estarmos preocupados com o nome da instituição, se se chama banco de fomento ou se se lhe faz grandes reformas”, acrescentou, defendendo que “o importante é fazer chegar os fundos às empresas e fazer com que se transformem em investimento e em empregos”.

“Estamos a mobilizar os fundos europeus, que estavam parados, para que eles cheguem às empresas e para que estimulem as empresas a fazer novos investimentos. São esses investimentos que podem criar mais competitividade e mais capacidade para as empresas exportarem, sem ser só a olharem para baixos salários”, defendeu.

Aos embaixadores, o ministro transmitiu a ideia de que devem passar a mensagem de que Portugal “é um país onde vale a pena investir, que teve uma evolução tecnológica muito boa e que vai querer aproveitar melhor a capacidade científica e tecnológica que tem para dar mais capacidade competitiva às empresas”.