A universidade queniana onde há nove meses 148 pessoas morreram, devido a um atentado terrorista feito por um grupo islâmico somali (com ligações à Al-Qaeda), voltou a reabrir esta segunda-feira, relata a revista Time. Pelo menos 150 trabalhadores já terão regressado. Entre os estudantes, cerca de 60 regressarão na próxima semana e a grande maioria – cerca de 600 estudantes – deverá voltar apenas em setembro.

“Ao reabri-la [mostramos que] ganhámos a guerra contra o Al-Shabab [grupo terrorista somali que cometeu o atentado]” afirma Khadija Mohamed, uma orientadora que trabalhava na universidade de Garissa quando o ataque se deu, e que agora regressa. Esta acrescenta ainda que regressar lhe traz “memórias do massacre”. “Os meus estudantes eram como meus filhos. Perdi muitos dos meus filhos”, explicou à Associated Press, em declarações citadas pela Time.

No dia 2 de abril de 2015, quatro homens armados entraram na universidade de Garissa. Os terroristas começaram por separar os estudantes muçulmanos dos não muçulmanos. De seguira, ordenaram aos últimos que telefonassem às suas famílias, dizendo-lhes para exigir ao presidente queniano Uhuru Kenyatta que retirasse as suas tropas da Somália. De seguida assassinaram-nos, causando 148 vítimas.

Os quatro terroristas foram encontrados e abatidos pela polícia queniana, cerca de 12 horas após o início do ataque. Surgiram várias críticas foram feitas ao governo queniano pela demora na resposta ao ataque do grupo Al-Shabab, feito numa universidade que se situa a apenas 500 metros de uma base militar das forças de segurança do Quénia.

Segundo um secretário da universidade, citado pela revista Time, pelo menos 150 das 200 pessoas que trabalhavam à data na universidade de Garissa compareceram ao trabalho. O local contou com forte presença policial. As autoridades, munidas de armas automáticas, foram patrulhando a universidade e o seu exterior.

Um professor do ensino secundário, Ali Bashir, que foi professor do alegado líder do atentado feito pelo Al-Shabab (Abdirahim Abdullahi), afirmou que “a reabertura da universidade fará com que os jovens estejam ocupados com o sistema educativo, o que evitará que grupos terroristas radicalizem os jovens da nossa região”. Um desejo mais do que uma certeza, já que vários jovens quenianos andam a ser recrutados pelos grupos terroristas da Somália, segundo afirma a revista Time.

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