A Califórnia está sob trombas de água devido ao fenómeno meteorológico El Nino, que provocam inundações e deslizes de terras, mas este dilúvio só deve trazer um pequeno alívio à seca histórica no oeste norte-americano.

A terceira tempestade em três dias a abater-se sobre o sul da Califórnia corresponde aos que os meteorologistas descrevem como o ‘tapete rolante’ do El Nino: uma tempestade segue-se a outra devido à chegada deste fenómeno climatérico, provocado pelo aumento da temperatura da água no leste do Oceano Pacífico.

As tempestades causam rajadas de vento que chegam a atingir 96 quilómetros por hora, aumentam os riscos de quedas de árvores e criam ondas com até 4,5 metros de altura nos condados de Los Angeles e de Ventura, onde vivem cerca de 11 milhões de pessoas.

Nos arredores de Los Angeles, na Sun Valley, uma parte da autoestrada 5 esteve inundada, o que provocou o arrasto de várias viaturas, o encerramento de numerosas vias e engarrafamentos dantescos.

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Ainda sem vítimas a registar, os serviços de urgência estão numa corrida contrarrelógio para dar refúgio seguro a cerca de 44 mil pessoas sem casa. As tempestades também causaram fortes quedas de neve na Sierra Nevada.

Esta reconstituição do manto de neve é necessária para alimentar os cursos de água e napas freáticas secos, mas o presidente da Câmara de Los Angeles, Eric Garcetti, já disse que era apenas um alívio escasso de uma seca extrema que dura há quatro anos.

“Precisamos de quatro anos (de chuva) como este” para recuperar as reservas de água do Estado, argumentou.

O El Nino (O Menino, assim designado por ocorrer por alturas do Natal), que acontece regularmente com um intervalo de tempo entre quatro a sete anos, é responsabilizado pelos climatologistas pelos recentes tornados mortíferos no Texas, raros nesta época, e pela amenidade do tempo no nordeste dos EUA.