A docente Ana Escoval será a nova presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC), que integra o Hospital de São José, e Sousa Guerreiro, será o diretor clínico, apurou o Observador.

Ana Escoval é professora associada de Políticas e Administração de Saúde na Escola Nacional de Saúde Pública e é membro fundador do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, integrando a rede de investigadores. Foi também a coordenadora do think tank Inovar em Saúde e era até aqui presidente da direção da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar (APDH).

O novo diretor clínico, Sousa Guerreiro, era até aqui o diretor de Medicina 4 no Hospital de Santa Marta (que também pertence ao Lisboa Central) e é professor na Universidade Nova de Lisboa. As suas principais áreas de interesse são Medicina Interna, Gastrenterologia e Nutrição Clínica.

Esta equipa vem substituir a anterior, liderada por Teresa Sustelo, que apresentou o pedido de demissão ao ministro da saúde, na sequência da morte de um jovem de 29 anos com uma rutura de aneurisma que morreu, na madrugada de 13 para 14 de dezembro no Hospital de São José, enquanto aguardava por cirurgia, dado que o hospital não tinha equipa de neurocirurgia vascular, nem de neurorradiologia de intervenção de prevenção ao fim de semana.

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Entretanto o ministro da saúde veio esclarecer que os responsáveis que apresentaram o pedido de demissão – Teresa Sustelo, mas também o presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, Cunha Ribeiro, e o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, Carlos Martins – estavam em final de mandato.

Francisco Ramos foi convidado, mas recuou

Antes de Ana Escoval, o convite já tinha sido dirigido a Francisco Ramos, ex-secretário de Estado da Saúde de Correia de Campos e presidente do conselho de administração do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa. Francisco Ramos aceitou, começou a formar equipa mas, por sua vontade, acabou por desistir do novo cargo que iria assumir, apurou o Observador.

Em causa está uma polémica envolvendo a escolha do ex-governante para o cargo de diretor clínico do centro hospitalar: Isabel Fragata, diretora do serviço de anestesiologia e blocos centrais daquele centro hospitalar. Este nome suscitou reservas no Ministério da Saúde, nomeadamente, por parte de Eduardo Barroso, consultor não oficial do ministro. E perante a hesitação de Adalberto Campos Fernandes, Ramos acabou por recuar na aceitação do convite.

Nos meios médicos é conhecida e apontada uma antiga rivalidade entre Eduardo Barroso e o marido de Isabel Fragata, José Fragata, também especialista na área dos transplantes daquele centro hospitalar.

Eduardo Barroso negou ao Correio da Manhã, esta sexta-feira, que se tivesse queixado ao ministro da nomeação de Isabel Fragata, adiantando, contudo, que teria sido “trágico” essa nomeação.

Contactado pelo Observador, Francisco Ramos não quis comentar o assunto. Também o Ministério da Saúde não respondeu até agora.