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  • Obrigada por ter acompanhado aqui este debate ao minuto. Continue a par de tudo através dos liveblogs diários do Observador até às eleições presidenciais. Boa noite!

  • Análise do debate, ainda a quente

    Vamos aos pontos fortes e fracos de cada um deles.

    Onde Maria de Belém foi melhor foi a explicar que Sampaio da Nóvoa tem, mais do que um programa presidencial, um programa de governação. O argumento tem uma falha (já lá vamos), mas encaixa bem na outra estratégia da candidata: tentar reduzir o espaço de Sampaio da Nóvoa perante as candidaturas próprias do PCP e BE. Belém marcou também um ponto recuperando uma entrevista de Sampaio da Nóvoa em que “chumbava” Mariano Gago como ministro, uma figura acarinhada da história do PS.

    Onde Maria de Belém não foi eficaz foi quando pareceu entrar numa contradição: disse que Sampaio da Nóvoa tem um programa de governação (extravasando os poderes do PR) e, ao mesmo tempo, acusando-o de não ter programa (“o que é isso de tempo novo?”). O dilema era irresolúvel para Maria de Belém, porque o “tempo novo” de Nóvoa é, precisamente, o de Costa. Isto faria da crítica de Belém um tiro certeiro se ela pudesse dizer o que não pode: que ele é o candidato do Governo Costa – se o dissesse reduzia o seu próprio espaço político no PS.

    Onde Sampaio da Nóvoa foi eficaz foi, precisamente, a aproveitar isso: assumiu-se como o candidato que apoia o Governo Costa (e a maioria de esquerda), jogando o trunfo do apoio de Carlos César (uma prenda do Presidente do PS em dia de duelo decisivo). E encostando Belém a Seguro (ala derrotada e minoritária no PS).O ex-reitor teve um momento decisivo ao lembrar que Belém não quis subscrever o primeiro pedido de fiscalização de um Orçamento de Passos (incómodo para uma candidata a PR, incómodo para o PS no atual momento político). Foi também bom no final do debate, tentando capitalizar os debates menos conseguidos de Marcelo.

    Onde foi menos forte foi na limitação que, implicitamente, colocou ao seu próprio espaço político (desenvolvo já abaixo).

    Vamos a conclusões?

    O vencedor do debate, no estilo e na estratégia pretendida, foi Sampaio da Nóvoa. Disputando o espaço socialista, foi preparado para tirar votos a Maria de Belém, apontando-a como candidata de uma facção do partido.

    O problema que fica evidente no debate, para ambos os candidatos, é que estão a disputar um espaço muito exíguo, o do eleitorado que votou PS. Serão 33% dos votos nas legislativas que, dividindo-se em dois, dará muito pouco a cada um. Sendo o espaço curto, torna também mais difícil conseguir uma ida à segunda volta.

    Mas há outra nota interessante a tirar: Sampaio da Nóvoa, ganhando, ganha também um problema: assumindo-se claramente como apoiante do Governo de Costa (e dizendo que o mote da sua candidatura foi derrotar as políticas de Passos) coloca-se como o Presidente de uma conjuntura. Se fosse eleito seria, ironicamente, menos independente na fiscalização do Governo do que Maria de Belém – e claramente menos do que Marcelo.

    Mais: o mandato do Presidente é de 5 anos. Se nesse tempo o Governo de esquerda correr mal, se entretanto a direita voltar ao poder, Sampaio da Nóvoa ficará na posição de um Presidente antagonista (e de novo não independente). Como ponto de partida para uma primeira volta pode não ser mau. Para uma segunda volta será uma incógnita (os ovos e a galinha ainda contam?). Mas entrando em Belém, Sampaio da Nóvoa tornar-se-ia, por ironia, no que ele acusa Cavaco de ter sido (só que no campo político inverso).

  • Os principais pontos do debate:

    – Maria de Belém tentou em vários momentos do debate encostar Sampaio da Nóvoa à extrema-esquerda, lembrando logo no início do embate que os únicos partidos que apoiam o ex-reitor são o MRPP e o Livre.

    – Já Sampaio da Nóvoa disse que a candidatura de Belém surgiu numa situação de incómodo e divisão dentro do PS, acusando-a de representar a oposição dentro do PS face aos acordos feitos por António Costa à esquerda.

    – Sampaio da Nóvoa confrontou Maria de Belém com o facto de não ter estado no grupo de deputados que enviou o OE de 2012 para o Tribunal Constitucional, deixando para outros colegas do PS essa missão.

    – Maria de Belém tentou que Sampaio da Nóvoa explicasse o conceito de “tempo novo” e que esclarecesse que tipo de Presidente pretende ser, já que no seu manifesto dá indicações de ter intenção de governar. O candidato diz que entendeu há muito tempo a necessidade abrir a política e que a solução de Governo, agora vigente com apoio do BE e PCP ao Governo, é disso prova.

  • Belém volta a tentar encostar Nóvoa à extrema-esquerda

    Na recta final, Maria de Belém volta a dizer que está no centro-esquerda, influenciada pela doutrina social da Igreja, longe de Nóvoa. O candidato diz que a sua candidatura está em todos os espaços e que conta com a liberdade de todos e que essa é matriz central da sua candidatura. “É disso que vai ser feito o século XXI”, afirma Nóvoa.

  • Maria de Belém afirma que a “estabilidade política” e que esse é um objectivo para todos. “O Presidente deve ser alguém que tem influência mas que não interfere”, afirma a candidata. Deve também mobilizar causas no país como a pobreza infantil e a diplomacia científica, defende Maria de Belém. Lembra ainda que Nóvoa criticou Mariano Gago, que ela considera ter sido uma figura muito importante para o país.

    Nóvoa afirma que a sua candidatura também é de causas, nomeadamente a da qualificação dos portugueses.

  • Maria de Belém afirma que a “estabilidade política” e que esse é um objectivo para todos. “O Presidente deve ser alguém que tem influência mas que não interfere”, afirma a candidata. Deve também mobilizar causas no país como a pobreza infantil e a diplomacia científica, defende Maria de Belém.

  • Nóvoa diz que quer proteger os portugueses

    Fala-se agora sobre o Governo apoiado à esquerda. Sampaio da Nóvoa diz que Maria de Belém não compreende o “tempo novo”. Maria de Belém interrompe candidato e diz que não há qualquer incómodo face ao Governo.

    Nóvoa retoma e afirma ficou claro que a sua carta de princípios estabelece com rigor aquilo que quer ser como Presidente, afirmando que não ficará em silêncio e diz que quer proteger os portugueses. WTemos de estar preparados para agir para o que for melhor para os portugueses e o Presidente tem de estar comprometido com um Governo comprometido com um Governo que tenha a maioria parlamentar”, afirma o candidato, dizendo que não traça cenários de catástrofe.

  • Sampaio da Nóvoa: "Nunca serei um elemento de perturbação"

    O candidato afirma que acha estranho que Maria de Belém não compreenda o tempo novo em que há novas perspectivas an política portuguesa e afirma que “nunca” será um elemento de perturbação da governação, mas terá ideias.

    “Esse tempo novo que falava quando se candidatou, era um programa de Governo”, acusa Maria de Belém.

  • Nóvoa diz que Belém faltou “à chamada na defesa da Constituição”

    Nóvoa diz que Maria de Belém faltou “à chamada na defesa da Constituição” por não ter pedido a fiscalização sucessiva do OE de 2012, deixando para outros deputados o envio do orçamento desse ano para o Tribunal Constitucional.

    Belém tenta contra-argumentar dizendo que o pedido já estava feito, Nóvoa diz que não quer um Presidente que deixa para outros fazerem a defesa da Constituição.

  • Belém afirma que nunca viu Nóvoa a lutar por causas

    Maria de Belém questiona a expressão “tempo novo” usada por Nóvoa por ser “preciso explicar o que pretende” para que não se caia no erro de pensar que os poderes presenciais vão para além do que são.

    A candidata afirma que ela sim, esteve em todas as causas, sendo militante do PS há mais de 40 anos, mas que nunca viu Sampaio da Nóvoa. “Sou uma pessoa lutadora por causas”, afirma a socialista.

  • Maria de Belém lembra que Alegre, Almeida Santos e Vera Jardim são apoiantes da sua candidatura e apoiaram também Costa. A candidata afirma que é atacada de forma “descabelada” pelo mandatário de Sampaio da Nóvoa e que não é correto afirmar que está hesitante face ao Governo à esquerda.

    Afirma mesmo que é “uma acusação infundada” à sua posição. Maria de Belém diz que não teve qualquer hesitação e só quer que a Constituição seja cumprida.

  • Candidatura de Belém surgiu dentro de "divisão" no PS

    Sampaio da Nóvoa diz que a sua candidatura “previu tempo novo” e veio dizer com antecedência “que era preciso abrir a democracia”. O candidato diz que a candidatura de Belém surgiu numa situação de incómodo e divisão dentro do PS, acusando-a de representar a oposição dentro do PS face aos acordos feitos por António Costa à esquerda.

    Sampaio da Nóvoa afirma que a candidatura de Belém “nunca acreditou” nos acordos à esquerda e diz que a candidata foi hesitando sobre o Governo à esquerda.

  • Nóvoa e Belém dizem que principal adversário é Marcelo

    “O meu adversário principal é o professor Marcelo Rebelo de Sousa”, explicou Sampaio da Nóvoa, referindo-se à candidatura de Maria de Belém. A candidata afirma que Rebelo de Sousa também é o seu principal adversário.

    Belém critica agora a independência de Sampaio da Nóvoa quando refere constantemente o apoio de três antigos Presidentes, sendo que dois eles vêm do PS. Maria de Belém diz mesmo que nunca ter exercido nenhum cargo político é um problema para o desempenho de funções como Presidente da República.

  • Nóvoa e Belém dizem que principal adversário é Marcelo

    “O meu adversário principal é o professor Marcelo Rebelo de Sousa”, explicou Sampaio da Nóvoa, referindo-se à candidatura de Maria de Belém. A candidata afirma que Rebelo de Sousa também é o seu principal adversário.

  • Sampaio da Nóvoa diz que a sua candidatura "causa incómodo"

    “É uma candidatura que causa certo incómodo e que se afirma com abrangência”, disse Sampaio da Nóvoa sobre a sua iniciativa. Sobre a tentativa de colar a sua candidatura à esquerda radical, o candidato afirma que isso é tentar “desqualificar” outros atores.

    “A minha independência também não desqualifica porque os portugueses precisam que outras pessoas tragam outras dinâmicas para a política”, afirma Sampaio da Nóvoa.

  • Candidatura de Sampaio da Nóvoa "não cobre centro-esquerda"

    Maria de Belém diz que candidatura dos dois não é fraturante porque Sampaio da Nóvoa não é militante do PS e que usar a sua independência não é correto, já que ela é militante de um partido e afirma ter direito também a candidatar-se, fazendo-o em consciência e impulsionada “por militantes do Partido Socialista”. A candidata alega que candidatura de Sampaio da Nóvoa foi considerada de “frente de esquerda” e que não cobria o centro-esquerda.

    Belém lembra que MRPP e Livre são os únicos partidos que apoiam Sampaio da Nóvoa.

  • Maria de Belém não ficou "desiludida" com apoio de César a Nóvoa

    A primeira pergunta é sobre o apoio de Carlos César. Maria de Belém diz que é importante que as pessoas votem e diz que o secretário-geral do PS fez bem em fazer o apelo de hoje. Diz que respeita declaração de Carlos César com tranquilidade. Lembra ainda o apoio de Almeida Santos. Não ficou desiludida, afirma.

    Sampaio da Nóvoa diz que este apoio representou reforço para a sua campanha e todos os contributos “são bem-vindos”.

  • O debate começou entre Maria de Belém e Sampaio da Nóvoa na TVI.

  • Maria de Belém Roseira recebeu este sábado um apoio de peso do histórico socialista Almeida Santos, enquanto Sampaio da Nóvoa viu o apoio de Ramalho Eanes renovado num almoço de homenagem ao antigo Presidente da República.

  • Boa noite. O debate entre Maria de Belém Roseira e Sampaio da Nóvoa está prestes a começar na TVI. António Costa adicionou pressão a este embate ao chamar-lhe “as eleições primárias da esquerda portuguesa”, afirmando que qualquer um destes candidatos poderá ter o apoio do PS caso haja uma segunda volta. Para já, o PS não tem candidato oficial, apesar de o secretário-geral garantir que já sabe em quem vai votar no dia 24 de janeiro.

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