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À escuta: cinco álbuns para ouvir esta semana

Este artigo tem mais de 5 anos

É habitual haver poucas novidades discográficas nos primeiros dias do ano, mas há um álbum que não deve deixar de ouvir esta semana, pelas melhores e piores razões.

David Bowie – Blackstar

Alguns discos têm um antes e um depois, geralmente quando amadurecem com o tempo ao ponto de fazer história, mas o 25.º álbum de estúdio de David Bowie tem outro argumento. Blackstar saiu na passada sexta-feira e quem o escutou durante o fim de semana ficou com sensação (praticamente unânime) de que se trata de um disco importante, mais um, na longa e recheada carreira do artista britânico.

O ano arrancou com um álbum que iria (vai) fazer parte da lista dos melhores de 2016, pelo modo como, uma vez mais, Bowie se reinventou. Escrevemos aqui que Blackstar é complexo, intenso, denso e arrojadamente experimental, mas não é um disco difícil, que precise de tempo para se lhe tomar o gosto. Melódico e muito bem produzido, incorpora muitos elementos jazz que, para quem está habituado a ouvir música de vários quadrantes, lhe dão uma tonalidade quase familiar. Quatro estrelas absolutamente merecidas, da nossa parte.

Depois, a notícia que engoliu a segunda-feira, a da morte. E aí Blackstar revelou-se por inteiro, começaram a saltar imagens e sons e palavras de um disco que, três dias antes, era apenas mais um e dos bons. Foi como a revelação de camadas de tinta escondidas num quadro, percebeu-se finalmente que foi uma despedida, um álbum feito para ser o último. Há nele todas as pistas, mas estavam escondidas.

Até o objeto físico propriamente dito. A capa é a única em toda a discografia em que David Bowie não aparece, tem apenas uma estrela negra num fundo branco. Abre-se e tudo nele é escuridão, letras pretas em fundo preto, é difícil de ler e tem detalhes escondidos que requerem tempo, perícia, bom olho e luz.

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Tony Visconti, que co-produziu Blackstar, disse esta segunda-feira que a morte do artista “não foi diferente da sua vida – uma obra de arte”. Três dias depois do lançamento percebeu-se que a estrela negra era ele: David Bowie.

Hinds – Leave Me Alone

O agora quarteto espanhol começou por ser o projeto de Carlotta Cosials e Ana García Perrote, juntas na música desde 2011. Com apenas alguns singles publicados, passaram por alguns palcos importantes — SXSW, Glastonbury, Benicàssim e Paredes de Coura, como demos conta neste artigo. A crítica especializada gosta delas e, apesar do barulho e da desafinação, quando estão em palco sabem cativar os que seguem o pop/rock de garagem, um estilo musical que resiste tal como foi criado, espontâneo e sem travões.

O álbum de estreia das Hinds é uma coleção de 12 canções, algumas queimam-se à velocidade de um fósforo — em dois minutos e meio –, elas souberam preservar o tom e o espírito rápido. Estas novas garagens já não são como as de antigamente, estão mais limpas e arrumadas, não se encontra lá nada de novo mas há passeios que valem por ser assim, simples.

Dungen – Allas Sark

Não é só o som de garagem que se mantém de pé, há outras derivas do rock que não saem de moda. Ao sétimo álbum em 16 anos de carreira, o ambiente pop/rock psicadélico do quarteto de Estocolmo continua a casar bastante bem com a língua sueca, que estamos pouco habituados a ouvir na música (o domínio anglófono é indiscutível). Pelo meio dos instrumentais de Allas Sark lá aparecem aquelas palavras cantadas por Gustav Ejstes, como um eco de tudo o resto ou outro instrumento, uma estranha harmonia que vale a pena experimentar. É um álbum de 2015, mas nunca é tarde.

Noveller – Glacial Glow / No Dreams

No final de 2014 demos voz a um álbum de instrumentais negros e densos chamado Fantastic Planet, um disco tão bem recebido que justificou a reedição de dois dos álbuns anteriores de Sarah Lipstate. Noveller é o projeto a solo da produtora, realizadora de cinema e compositora de bandas sonoras. Tirou um bacharelato em Rádio, Televisão e Cinema na Universidade de Austin, no Texas (EUA), já fez estrada com St. Vincent, Xiu Xiu e com os Emeralds, e já colaborou diretamente com os Cold Cave, Parts & Labor e com os Jesus Lizard.

Glacial Glow (2011) e No Dreams (2013) são os capítulos anteriores de Fantastic Planet (2015), as diferenças são subtis, o ambiente escuro mantém-se, talvez menos polido. Estão lá as mesmas guitarras distorcidas, efeitos de muitos pedais e outros artifícios de produção, que resultam em mais duas boas bandas sonoras para este inverno.

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