Não há quem não queira tomar para si o lugar de Barack Obama na Casa Branca. Verdadeiramente. E politicamente, claro.

Em número de nomes “presidenciáveis”, são os republicanos quem mais quer assentar arraiais na Sala Oval. Há 10 candidatos prontos a disputar as primárias do partido, que tiveram a primeira de 12 rondas de debates a 6 de agosto de 2015, em Cleveland – o próximo debate, que será o sexto, vai acontecer a 14 de janeiro, em North Charleston, na Carolina do Sul, duas da manhã em Portugal.

Mas os Republicanos já foram mais e há três que ficaram out. Por enquanto. É que até 10 de março de 2016, data do derradeiro debate republicano, na Florida, mais vão ficar-se pelas intenções e não serão escrutinados pelos mais de 19 milhões de eleitores republicanos nas primárias do partido.

Entre democratas in e out, contam-se três para um lado e três para o outro. Mas aqui, mais do que no lado republicano, as certezas são mais do que as incertezas: Hillary Clinton (mesmo com a popularidade de Bernie Sanders a subir de sondagem para sondagem e de debate para debate) é a mais do que provável candidata do partido às eleições presidenciais de 8 de novembro de 2016. Mas quem vai decidir isso são mesmo os quase 18 milhões de democratas votantes nas primárias do partido. Cinco debates já foram, faltam três – o próximo é já a 17 de janeiro, em Charleston, na Carolina do Sul.

Os norte-americanos vão eleger pela 58.ª vez um presidente, o 45.º da história dos Estados Unidos da América. Sim, a eleição ainda vai a largos meses de distância, mas, de um e de outro lado, entre democratas e republicanos, começam a contar-se espingardas, avançam-se candidatos e mais candidatos, recuam outros tantos, e os debates têm hora, local e data marcada.

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Os apoios (políticos e não só — recorde-se a primeira eleição de Obama, onde o denominado black vote foi decisivo, como decisivo será certamente o feminist vote para Hilarry ), a angariação de fundos e a popularidade entre os eleitores contam e muito.

Mas o que contará mais? A angariação de fundos é importante, claro. Fá-los avançar até às primárias. No mínimo. Mas enquanto no Partido Republicano um multimilionário como Donald Trump se auto-financiará como candidato – e ninguém discute quantos dólares Trump vai ou não vai gastar do seu bolso, quanto vai ou não perder –, no Partido Democrata a polémica é outra. Hillary Clinton e Bernie Sanders vão trocando galhardetes, com Sanders a fazer finca-pé em dizer que o seu financeiro vem principalmente de pequenos investidores, mais anónimos do que empresas, ao passo que Hillary vem angariando fundos de investidores mais abastados, muitos deles de Wall Street. E onde quer chegar Sanders ao dizê-lo? Simples: o financiamento wallstreeteano de Hillary retirar-lhe-á alguma credibilidade na eleição, não sendo clara a separação entre o que é o poder financeiro e político. Mas em alguma eleição norte-americana o foi?

(Créditos: Joe Raedle/AFP/Getty Images)

Os candidatos democratas Martin O’Malley, Bernie Sanders, Hillary Clinton, Jim Webb e Lincoln Shafee no primeiro debate do partido, em outubro, na CNN (Créditos: Joe Raedle/AFP/Getty Images)

Adiante. O que se discute hoje? Principalmente dois temas entre muitos. Num e noutro lado. Mas tomemos o exemplo do Partido Democrata para falar-lhe deles. Primeiro, mudar ou não a lei sobre o acesso às armas, torná-la mais rígida ou deixá-la como está. Barack Obama já solicitou o apoio do Congresso, dos legisladores e dos governadores dos Estados para conseguir mudar a legislação. Mas, por exemplo, enquanto Senador do Vermont, Bernie Sanders, de 74 anos, sempre se fez saber contra a ideia. E é democrata como Obama.

Hilarry atacá-lo-á aí. E Sanders contra-atacará no outro tema quente desta eleição, como de eleições passadas: a intervenção militar dos Estados Unidos, quer no Iraque, quer, mais recentemente – ainda que sem “boots on the ground” e apenas com ataques aéreos –, na Síria. É que Sanders sempre foi contra. Não só da boca para fora, mas politicamente. Quando era membro da Câmara dos Representantes, Bernie Sanders votou contra a participação dos Estados Unidos no conflito do Iraque, em 2002. Por sua vez, em 2002, Hillary, então Senadora por Nova Iorque, autorizou a ida de tropas para o país de Saddam Hussein. Barrack Obama, em 2008, nas primárias democratas, descredibilizou-a precisamente aí. E com os resultados que se sabem.

Ganhar uma eleição presidencial, mas sobretudo uma vaga nas primárias, não está tanto no que se diz de si, mas no que se descredibiliza dos demais. Este tipo de manobra política não é novo. Hunter S. Thompson, no livro “The Great Shark Hunt: Strange Tales from a Strange Time”, onde relata, por exemplo, as venturas e desventuras das presidenciais de 1964 nos Estados Unidos, sugere que Lyndon B. Johnson, a contas com uma corrida eleitoral tremida, pediu que se propagasse um rumor: o rumor de que o seu rival republicano, Barry Goldwater, tinha relações sexuais com animais de lavoura. Johnson venceu a eleição e tornou-se no 36.º inquilino da Casa Branca.

Voltemos ao presente, a 2016. E a quem está dentro e quem está fora das presidenciais — e, antes, das primárias. E porquê. E que chances têm de suceder a Barack Obama. Apresentamo-los, não por ordem de popularidade, mas alfabética.

Os republicanos “in”

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(Créditos: Alex Wong/Getty Images)

Jeb Bush. A política está-lhe nos genes. E não lhe são propriamente labirinticos os longos corredores da Casa Branca. Conhece-os de cor. É filho de um ex-presidente do Estados Unidos, George Bush, e irmão de outro, George W. Bush. Mas também ele é político — e republicano. Foi governador do estado da Florida, não por um, mas por dois mandatos, entre 1999 e 2007. Avançaram-no como candidato às presidenciais norte-americanas de 2008 e 2012, mas não avançou ele. Avançou, por fim, em 2015, a 15 de junho. Jed Bush é, a par de Ted Cruz, Marco Rubio e, claro, do controverso (mas popular) Donald Trump, quem mais bem posicionado está (mas também quem mais financiamento angariou) para vencer as primárias republicanas. Quanto pesa (para o bem e para o mal) um apelido como Bush, é a pergunta que se impõe. Pesará mais que o de dois hispano-americanos, Cruz e Rubio, e de um milionário excêntrico, Trump?

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(Créditos: Bill Pugliano/Getty Images)

Ben Carson. Não é um político. Diz-se, aliás, um “não-político”. Mas será que não o é, verdadeiramente? Vejamos: é verdade que Carson não tem percuso na política ativa, é verdade que é médico pediátrico e neurocirurgião de profissão — e ficou célebre, em 1987, ao separar, e ao fim de 22 horas no bloco operatório, gémeos seameses unidos pela cabeça –, mas também é verdade que se politizou, não só com a candidatura às primárias, mas, sobretudo e antes, em 2013, quando discursou no National Prayer Breakfast. Carson é um bem-amado nos mídia mais conservadores, como é o caso da Fox News. E espera-se para ele, Carson, a cruzinha dos black voters no boletim de voto — tal como Obama as teve e com que resultados. Mas para as ter, há que derrotar os favoritos nas primárias do partido.

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(Créditos: Bryan Thomas/Getty Images)

Chris Christie. Christie foi eleito em 2009 governador de Nova Jérsia. Sim, é verdade que muitos dos candidatos às presidenciais, ou foram governadores ou senadores. Mas a eleição de Christie não foi uma eleição qualquer. Concorreu, em 2009, contra o governador democrata de então, Jon Corzine, e venceu-o. E fê-lo num Estado que é, maioritariamente e desde há muito, democrata. O mandato correu-lhe tão bem, que acabou reeleito, destacadamente, em 2013.

(Créditos: Andrew Burton/Getty Images)

(Créditos: Andrew Burton/Getty Images)

Ted Cruz. Não há volta a dar: é um dos favoritos à vitória nas Primárias. Os votantes em Cruz são sobretudo conservadores. Ou mesmo muito conservadores — e apoiam Cruz porque, também ele conservador, é um acérrimo crítico do aborto e do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Ted Cruz foi eleito para o Senado dos Estados Unidos (foi o primeiro hispânico ou cubano-americano a consegui-lo) em 2012, isto depois de conseguir o apoio dos conservadores e do Tea Party no Texas. É, desde então, um dos maiores críticos no Senado do “Obamacare”. A 23 de março de 2015, tornou-se o primeiro candidato republicano a anunciar a candidatura às presidenciais. Apesar de ultra-conservador, acaba por ser mais moderado do que Trump, por exemplo, na questão da imigração, sendo ele próprio, Ted Cruz, descendente de pai cubano.

(Créditos: Scott Olson/Getty Images)

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Carly Fiorina. Fiorina é mais [Sarah] “Palin” do que [Hillary] é “Clinton” — adjetivando-a com apelidos é mais simples de compreender quem é a única mulher “presidenciável” entre republianos. É longo o bate-boca entre Fiorina e Hillary, ambas acérrimas feministas. Ou pelo menos, no caso de Fiorina, defensoras da igualdade de género no acesso ao emprego — “Ela [Hillary] tweeta sobre os direitos das mulheres no país. Ela tweeta sobre os ordenados, que, diz, devem ser iguais entre mulheres e homens. Só não responde às questões sobre os pagamentos [desiguais] no seu próprio gabinete”, criticou Fiorina em outubro. Carly Fiorina sempre ocupou lugares de liderança, não na política, mas em empresas como a AT&T ou a Hewlett-Packard. Quando, em 2010, se voltou à política, ou à corrida por um cargo político, o de senadora pela Califórnia, perdeu. E perdeu para outra mulher: a democrata Barbara Boxer.

(Créditos: Win McNamee/Getty Images)

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Mike Huckabee. Huckabee tornou-se governador do Arkansas em 1996, substituindo (o também republicano) Jim Guy Tucker quando Tucker foi condenado por fraude e conspiração. Foi reeleito para o cargo mais duas vezes: em 1998 e novamente em 2002. Pré-candidato republicano às Presidenciais de 2008, obteve uma surpreendente vitória nas importantes Primárias de Iowa, mas acabou por ser John McCain a vencê-las a nível nacional. Huckabee anunciou a sua candidatura à Casa Branca em maio.

(Créditos: Scott Olson/Getty Images)

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John Kasich. Em 2010, Kasich saltou do anonimato para a notoriedade, dos negócios para a política, do setor privado para um cargo público. Fê-lo quando venceu as eleições para governador do Ohio, derrotando o super-favorito governador de então, o democrata Ted Strickland. Acabou reeleito em 2014 e é candidato às Presidenciais desde meados de julho.

(Créditos: Jessica McGowan/Getty Images)

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Rand Paul. Aos 53 anos, é um dos rostos mais proeminentes do movimento conservador republicano Tea Party, a ala radical do Partido, defendendo, por exemplo, uma política fiscal conservadora e o originalismo, isto é, a interpretação do texto constitucional segundo o seu significado à época em que foi adotado. Rand Paul é também terminantemente contra a Lei de Proteção ao Paciente e Assistência Médica Acessível (a reforma do sistema de saúde norte-americano, popularmente conhecida como “Obamacare”). Foi eleito senador pelo Kentucky em 2010.

(Créditos: Richard Ellis/Getty Images)

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Marco Rubio. É o infant do Partido Republicano. Mas se infant, na origem latina do termo, significa aquele que é incapaz de falar, Rubio só é infant pelos seus 44 anos e não por não se fazer ouvir. A ascenção deste hispâno-americano, filho de mãe doméstica e pai garçon de bar, foi meteórica. Verdadeiramente. De conselheiro municipal passou a presidente da Câmara de Representantes da Flórida, de presidente da Câmara de Representantes da Flórida passou a senador do Estado. Isto em 2010. Continuará Rubio a ascender até à Casa Branca? Não sabemos. Mas sabemos que é um dos favoritos e que, nos últimos debates republicanos, tem deixado nomes sonantes como Bush ou Cruz a léguas — falando de popularidade pós-debate, claro.

(Créditos: Jeff Swensen/Getty Images)

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Rick Santorum. Santorum foi o rosto do estado da Pensilvânia na Câmara dos Representantes (1991-1995) e no Senado (1995-2007) , mas acabou por ser derrotado na corrida ao terceiro mandato como senador, em 2006. Concorreu às Presidenciais de 2012 , vencendo, surpreendentemente, as primárias do Iowa — Mitt Romney seria o candidado dos candidatos entre republicanos, mas não ganhou para o susto neste Estado-barómetro que é Iowa. Casado e pai de 7 filhos, Rick Santorum é católico, com ligações à Opus Dei, e sempre condenou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

(Créditos: Scott Olson/Getty Images)

(Créditos: Scott Olson/Getty Images)

Donald Trump. Trump é Trump. E é na política o que foi (e continua a ser) nos negócios. O magnata do imobiliário é mal-humorado, excessivo, sarcástico, até irascível. Não sendo favorito a vencer as primárias, é, pelos seus ideais e pela defesa que faz destes, um bem-amado entre os republicanos ultra-conservadores e radicais. Aliás, os votantes em Trump não são ultra-conservadores nem radicais, são trump voters. Trump disse-se “presidenciável”, não uma, não duas, mas três vezes, em 2000, 2008 e 2012, contudo, só em julho de 2015 se decidiu a avançar. Quem é Trump — e o que defende? Nós expicamos-lhe aqui.

Os republicanos “out”

(Créditos: BRENDAN SMIALOWSKI/AFP/Getty Images)

(Créditos: BRENDAN SMIALOWSKI/AFP/Getty Images)

Lindsey Graham. Até ver, há cinco candidatos que, candidatando-se em 2015, estão hoje, no começo de 2016 e com tanto ainda para discutir, fora das primárias — e sairam pelo próprio pé, com tanta ou menos popularidade do que aquela com que entraram na corrida; certamente que com menos dólares no bolso. Um deles, dos desistentes, foi Lindsey Graham. E quem é ele? Graham foi eleito para a Câmara dos Representantes da Carolina do Sul em 1992 , concorrendo depois (com sucesso) à Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, em 1994. É senador dos Estados Unidos pela Carolina do Sul desde 2003.

(Créditos: Win McNamee/Getty Images)

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Bobby Jindal. Jindal foi eleito governador do Louisiana em 2007, tornando-se no primeiro governador indo-americano da história dos Estados Unidos. Venceu facilmente a reeleição em 2011, mas recusou-se a avançar para um terceiro mandato. Disse-se candidato às Presidenciais em junho e fez-se saber não-candidato em novembro.

(Créditos: Justin Sullivan/Getty Images)

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George Pataki. Pataki cumpriu três mandatos como governador de Nova Iorque — era ele o governador durante os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. Depois de ser avançado como “presidenciável” nas eleições de 2008 e 2012, avançou, por fim, em maio de 2015… e saiu em dezembro.

(Créditos: McNamee/Getty Images)

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Rick Perry. Três meses. Perry deixou o cargo de governador do Texas em janeiro de 2015, declarou-se pré-candidato às presidenciais em junho, anunciando a saída da corrida pouco depois, em setembro.

(Créditos: Scott Olson/Getty Images)

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Scott Walker. Em 2012, Walker tornou-se no primeiro governador dos Estados Unidos a vencer uma recall election (nas recall, os eleitores, por via da recolha de assinaturas — no caso da recall election de Walker, foram perto de 900 mil –, destituem um político democraticamente eleito, mesmo que o mandato deste não tenha terminado, votando para um novo governante). Scott Walker foi a votos no Wisconsin e venceu o candidato democrata Tom Barrett, vencendo também a reeleição de 2014. Declarou-se pré-candidato em julho. Em setembro anunciou a desistência.

Os democratas “in”

(Créditos: Scott Eisen/Getty Images)

(Créditos: Scott Eisen/Getty Images)

Hillary Clinton. Ex-secretária de Estado de Barack Obama. Ex-senadora por Nova Iorque. Ex-primeira-dama — casada que e é com Bill Clinton. Hillary é a candidata favorita entre os democratras à corrida presidencial — e é-o, sondagem após sondagem, debate após debate, desde que anunciou, em abril de 2015, a sua intenção de avançar com a candidatura. Foi desafiada, à “esquerda”, em certos assuntos-chave e de cariz mais social, por um senador relativamente desconhecido e conservador, Sanders, tendo esse desafio gerado entusiasmo entre os progressistas e o eleitorado jovem do Partido Democrata, o que lhe permitiu abrir, com segurança, o caminho para a vitória nas primárias. Será?

(Créditos: MANDEL NGAN/AFP/Getty Images)

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Martin O’Malley. O’Malley foi mayor de Baltimore até 2006. E depois governador do Estado de Maryland durante dois mandatos. Em maio de 2015 resolveu-se a avançar para a Casa Branca. Foi ele, e não Hillary, quem mais sofreu com a subida de popularidade de Bernie Sanders. É hoje o terceiro nome “presidenciável”, distanciando-se cada vez dos primeiros. Martin O’Malley tem atacado Sanders nos debates quanto à lei sobre o acesso às armas. E aproximado-se de Hillary entre o eleitorado hispânico e os ativistas pela imigração. Não chegará para vencer. Mas O’Malley pode chegar à Casa Branca… por uma porta secundária, chamemos-lhe assim. Como? Se O’Malley passar o tempo dos debates a defender Hillary Clinton dos ataques de Sanders ou a criticar o próprio Sanders, deixando Clinton incólume, será seguro afirmar que está a assegurar o cargo de vice-Presidente.

(Créditos: Adam Bettcher/Getty Images)

(Créditos: Adam Bettcher/Getty Images)

Bernie Sanders. Diz-se, orgulhosamente, um “democrata socialista” de Vermont. Foi mayor de Burlington, deputado e senador (sempre como independente) durante 16 anos. Aderiu recentemente ao Partido Democrata, e fê-lo para desafiar Hillary na corrida precidencial de 2016. Bernie Sanders conseguiu resultados (nas sondagens e nos debates) melhores do que alguém, talvez nem ele próprio, alguma vez esperaria. Neste momento, está a obter ótimos resultados nas sondagens no Iowa, bem como em New Hampshire, mas à medida que as primárias se aproximam, é sempre possível que os eleitores que “namoram” Sanders acabem por “casar” com a candidata mais popular, Hillary.

Os democratas “out”

(Créditos: Rob Kim/Getty Images)

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Lincoln Chafee. Anterior senador republicano dos Estados Unidos. Ex-governador independente de Rhode Island. Diz-se um “centrista”, nem republicano nem democrata. Certo é que nunca se compreendeu a razão pela qual Lincoln Chafee aderiu ao Partido Democrata. Ou muito menos porque é que se decidiu a avançar para as presidenciais. E pouco se viu dele nos debates — quando se viu, foi a criticar Hillary.

(Créditos: Chip Somodevilla/Getty Images)

(Créditos: Chip Somodevilla/Getty Images)

Lawrence Lessig. Lessig é mais escritor do que é político. Professor de Direito em Harvard e co-fundador do Creative Commons, Lawrence Lessig é defensor, por exemplo, do free use na Internet, ou seja, a utilização (prevista na legislação dos Estados Unidos), sob certas normas, de material protegido por direitos autoriais — como o uso educacional, para crítica, comentário, divulgação de notícia e pesquisa. Politicamente e nos debates democratas, qual Paulo de Morais nas Presidenciais portuguesas, tem críticado, over and over, a promiscuidade entre política e a alta-finança. Ou melhor, tinha; em novembro declarou-se fora da corrida à Casa Branca.

(Créditos: Scott Olson/Getty Images)

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Jim Webb. Ex-senador da Virginia. Anterior secretário-adjunto da Defesa e secretário da Marinha no tempo de Ronald Reagan (demitiu-se deste cargo como forma de protesto pelo corte de verbas do Pentágono à Marinha), Webb foi Marine durante a Guerra do Vietname. E Jim Webb representa (ou representava) um tipo muito diferente de eleitor democrata, relativamente ao resto dos candidatos. É um populista em matéria económica, moderadamente militar em assuntos de política externa e está muito mais em sintonia com eleitorado “branco” (excluindo os afro-americanos e hispânicos) pertencente à classe de trabalhadores rurais — que os Democratas estão a perder para os republicanos –, em vez dos eleitores urbanos e “não-brancos”. Webb foi, por exemplo o único candidato democrata à presidência que se opôs à decisão da Carolina do Sul de retirar a bandeira da Confederação da Câmara dos Representantes após o massacre na igreja de Charleston.