Parece um pacote de açúcar, usa-se para adoçar o leite ou o chá, mas lá dentro não estão carboidratos cristalizados (muitas vezes refinados) mas sim um produto natural que há muito tempo foi adotado como remédio caseiro. Desde 2015 que a iellow vende mel em saquetas, doses individuais semelhantes a uma colher de sobremesa ou de sopa que têm um grande objetivo: pôr os portugueses a consumir mais daquele que é chamado o ouro das abelhas — e que faz bem a muito mais do que a uma garganta inflamada.

A marca é portuguesa e nasceu da cabeça de Maria Teresa Azoia, de 31 anos, depois de uma experiência profissional nada monótona que já a levou a passar pelo râguebi, o fado e o cargo de vereadora da Câmara Municipal de Santarém, até se virar para a propriedade da família, na zona do Ribatejo. Decidida a implementar uma área de apicultura na exploração agrícola, a empresária inscreveu-se no curso de Tecnologias de Produção Integrada em Hortícolas da Escola Superior Agrária de Santarém, de onde pode não ter trazido abelhas mas trouxe a criação de uma marca, incubada no laboratório de ideias do Instituto Politécnico.

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O mel da marca é produzido na zona do Ribatejo. DR

“Na disciplina de marketing tínhamos de escolher um produto e trabalhá-lo em várias vertentes, incluindo inovação e valor acrescentado”, conta Maria Teresa ao Observador. Com a apicultura a zumbir-lhe aos ouvidos e as notícias de um número crescente de pessoas a quererem erradicar o açúcar da sua alimentação — ou pelo menos substituí-lo por uma alternativa mais saudável –, a empresária virou-se para o mel e chegou às unidoses, servidas em embalagens inovadoras.

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Basta dobrar a saqueta e o mel sai sem sujar. É muito prático e pode-se levar em qualquer lado: para o trabalho, para a escola ou até no bolso de um desportista.”

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As saquetas da iellow. DR

Sem tampas peganhentas ou embalagens que ninguém se arrisca a pôr dentro da mala, o objetivo é mesmo facilitar e incentivar o consumo de mel que, segundo dados anuais do Instituto Nacional de Estatística, em Portugal ronda os 900 gramas per capita — “muito pouco, se compararmos com o norte da Europa, que acaba por importar muito do nosso mel”, diz Maria Teresa Azoia.

Para torná-lo popular também dentro de fronteiras, a marca apostou num design não só prático como apelativo, a fazer lembrar as casas da Costa Nova, em Aveiro. “Quisemos dar ao produto um ar mais apetecível e romper com os favos e a ideia de que o mel só é bom quando estamos constipados, porque ele serve para muito mais do que isso”, diz Maria Teresa, exemplificando:

“O mel é um alimento muito versátil e tem várias propriedades antibióticas e anti-inflamatórias. Quando o enviamos no lanche de uma criança, para além de estarmos a evitar que ela coma outros açúcares processados, estamos a reforçar o seu sistema imunitário, e o mesmo se aplica a quem o usar para temperar saladas, tostas ou torradas. Para além disso, o mel é de absorção rápida porque é um açúcar natural e por isso é indicado para um desportista que precisa de repor energia rapidamente ou indicado para pessoas que têm quebras de tensão e podem andar com uma saqueta na carteira.”

Produzido na zona do Ribatejo, o mel da iellow já está à venda em várias mercearias e lojas gourmet espalhadas pelo país, em embalagens com 25 saquetas de 5 ou 15 gramas (4€ e 8€, respetivamente). Para já existe apenas a variedade multifloral — feito a partir do néctar recolhido pelas abelhas de diferentes flores –, mas em breve o objetivo é também comercializar mel de rosmaninho e, posteriormente, de urze.

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A embalagem com 25 saquetas de 5 gramas custa 4€. DR

Com um sabor mais ou menos forte, no chá, no leite ou na salada, uma coisa é certa: “Quanto mais mel consumirmos, mais estamos a ajudar a atividade apícola, neste caso as abelhas, que são fundamentais para a manutenção dos ecossistemas e do ambiente”, conclui Maria Teresa Azoia. É ouvi-la porque, afinal, a empresária até tirou um curso sobre o assunto.

Nome: Iellow
Data: 2015
Pontos de venda: Espalhados pelo país, lista completa aqui
Preços: 4€ (caixa de 25 unidoses de 5 g) e 8€ (caixa de 25 unidoses de 15 g)

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