A Comissão Europeia propôs em dezembro de 2014 um plano concreto para a gestão do Banif, assegurando que parte do banco se manteria viável e que seria possível recuperar os 825 milhões de euros em ajuda estatal que estava na instituição. A notícia é do Diário Económico.

O jornal teve acesso a uma carta que é anterior a outra que já tinha vindo a público, datada de março de 2015. Esta carta agora noticiada, anterior, mostra que na troca de correspondência houve, afinal, uma proposta concreta feita pela Direção-geral da Concorrência europeia para como gerir o problema do Banif, depois dos sucessivos planos de reestruturação chumbados por Bruxelas (associados aos empréstimos públicos).

Na carta (link para o Diário Económico) lê-se que o plano passaria pela passagem dos ativos problemáticos do Banif (sobretudo créditos imobiliários de que o banco não se conseguia desfazer) para um veículo especial e o negócio bancário seria vendido gradualmente.

“Um plano de reestruturação feito nestas linhas asseguraria a viabilidade (de parte) do banco e a sua capacidade de executar de forma adequada as medidas de reestruturação, bem como de pagar a totalidade da ajuda de Estado recebida [825 milhões de euros] ou de, pelo menos, remunerar essa ajuda de forma adequada”, refere o documento.

Na carta assinada pela comissária europeia da Concorrência, Margrethe Vestager, pode ler-se também que “se for apresentado um plano de reestruturação baseado nestas linhas, e partindo do princípio de que todas as informações, modelos e metodologias são consideradas válidas pelos meus serviços, estou convencida de que a Comissão Europeia poderia chegar rapidamente a uma decisão final, que daria ao banco a necessária previsibilidade”.

O processo acabaria por não ter seguimento e, em março de 2015, deu-se, então, a troca de correspondência já noticiada há algumas semanas, em que Maria Luís Albuquerque mostrava que tinha procurado substituir Jorge Tomé na liderança do banco, sem sucesso.

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