O petróleo de referência da OPEP cotou-se na quinta-feira a 25 dólares, menos 2,69% do que na véspera e o valor mais baixo desde meados de setembro de 2003, informou hoje em Viena a organização.

Com esta nova depreciação, a cotação do petróleo da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) atingiu o valor mais baixo desde setembro de 2003.

Desde maio do ano passado, o barril de petróleo da OPEP registou uma forte queda, tendo acumulado uma perda de quase 40 dólares.

Os preços do grupo petrolífero referem-se ao barril de referência da OPEP, que se baseia numa mistura de 12 qualidades de petróleo dos Estados-membros da OPEP e é um valor nominal, ou seja, não inclui a inflação.

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O baixo nível dos preços deve-se ao excesso de oferta, com o qual a Arábia Saudita, “peso pesado” da OPEP, pretende ‘expulsar’ produtores alternativos de petróleo mais caro, sobretudo nos Estados Unidos.

A este fator junta-se a perspetiva de um aumento a curto prazo das exportações petrolíferas do Irão depois do esperado levantamento das sanções internacionais contra aquele país no âmbito do acordo nuclear acordado em julho último.

A queda dos preços do petróleo agudizou-se desde o princípio de dezembro de 2015, depois dos ministros da OPEP não terem conseguido chegar a um acordo em relação a um ‘plafond’ conjunto de produção, apesar do excesso de oferta no mercado.

Este excesso de oferta de petróleo ocorreu numa altura em que os países emergentes, especialmente a China, reduziram as estimativas de crescimento económico e de consumo de energia.

Neste contexto, analistas de alguns bancos de investimento, como o Goldman Sachs, não afastam a hipótese de que a atual tendência possa afundar a cotação do petróleo até aos 20 dólares.

As últimas previsões da OPEP apontam para que o preço do barril de petróleo comece a recuperar este ano, depois da brutal queda de 2015 para os níveis mais baixos da última década, e suba até aos 80 dólares em 2020 e os 160 dólares em 2040.

Este cálculo da OPEP consta no relatório Previsões Mundiais do Petróleo 2015 e foi feito com base numa estimativa de que a economia mundial cresça entre 3,5% e 3,7% no período entre 2016 e 2020 e entre 3,6% e 3,3% nas duas décadas seguintes.