O vírus zika pode ter chegado a território americano. Isto porque, na passada sexta-feira, um recém-nascido com lesões cerebrais num hospital de Oahu, num estado do Hawai, foi diagnosticado com o vírus, relata a imprensa americana. Assim, este será o primeiro caso nos Estados Unidos. Segundo informou o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças e outras autoridades sanitárias norte-americanas, a mãe da criança terá sido infetada quando vivia no Brasil, em março de 2015, tendo o bebé sido contagiado, sendo afetado o cérebro em desenvolvimento.

No entanto o porta-voz do CDC, Tom Skinner explicou, citado pelo El Mundo, que “neste momento não existem provas de que haja algum tipo do vírus zika a circular pelo Hawai”. No entanto Skinner adiantou que “é importante entendermos que haverá casos de zika nos EUA e não nos devemos surpreender se começámos a ver alguma transmissão do vírus a nível local”.

Com o espalhar do vírus o Departamento de Saúde norte-americano já lançou um alerta, na semana passada, a desaconselhar as pessoas a viajar para 14 países do Caribe e da América Latina, zonas onde o zika se tem espalhado com especial intensidade – alerta engloba assim países como o Brasil, Colômbia, El Salvador, o território da Guiana Francesa, Guatemala, Haiti, Honduras, o território da Martinica, México, Panamá, Paraguai, Suriname, Venezuela e Porto Rico.

Também a Organização Mundial da Saúde (OMS) tomou uma posição sobre o assunto reconhecendo alguma preocupação pela “rápida expansão geográfica do vírus”, e apelando aos países mais afetados que melhorem os mecanismos de deteção do vírus e de extermínio das populações de mosquitos que o transportam.

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O que é o vírus zika?

Este vírus transmite-se através dos mosquitos da família Aedes, nomeadamente da Aedes aegypti, o mesmo tipo que transmite doenças como a dengue ou a febre amarela. Atingindo com especial gravidade as mulheres grávidas, o vírus provoca sintomas como febre, erupções cutâneas e maculopapulares, conjuntivite, mialgia, artralgia ou dores de cabeça e podem durar entre 2 a 7 dias. Tal como informa a OMS, ainda não existe um tratamento ou uma vacina para prevenir ou curar os efeitos adversos.

Foi no Uganda, em 1947, que pela primeira vez, foi identificado o zika. Mais concretamente numa colónia de macacos sendo que o primeiro humano foi infetado apenas em 1952. Desde então foram registadas infeções em zonas de África, Américas, Ásia e alguns países do Pacífico.

Apesar de tudo ainda se desconhecem alguns aspetos da doença como por exemplo o seu tempo de incubação – ou seja, o tempo desde que o vírus se aloja no corpo até que os primeiros sintomas se fazem sentir. No entanto alguns especialistas acreditam que este se desenvolve em poucos dias.

No Brasil as autoridades observaram um aumento de recém-nascidos com microcefalia o que coincidiu com o aumento das infeções. Por isso mesmo, estuda-se agora uma possível relação entre as duas situações, o que a confirmar-se dá razão à preocupação de muitos investigadores visto que nunca foi observado um vírus desta família que tivesse a capacidade de provocar lesões congénitas nos fetos em desenvolvimento.