O secretário da Defesa norte-americano, Ashton Carter, disse esta quarta-feira que diversos membros da coligação liderada pelos EUA na Síria e no Iraque “não estão a fazer absolutamente nada” no combate aos grupos ‘jihadistas’.
Os comentários de Carter assinalam uma rutura com a típica abordagem do Pentágono à coligação de 65 países, com o ‘slogan’ “Uma missão, muitos países”, apresentada como uma afirmação da disponibilidade da maioria das nações do planeta em se aliarem ao esforço militar dos Estados Unidos para derrotar o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI).
“Muitos deles não estão a fazer o suficiente, ou não fazem absolutamente nada”, disse Carter em entrevista à estação televisiva CNBC, à margem do Fórum Económico Mundial que decorre na cidade suíça de Davos. “Podemos fazer muito por nós próprios (…) mas procuramos que outros também desempenhem o seu papel”.
#SecDef speaks on panel at @wef with @ashrafghani @nato SecGen & @Tharman_S of Singapore about NatSec issues in 2016 pic.twitter.com/fseWPwnEjA
— U.S. Dept of Defense (@DeptofDefense) January 22, 2016
Numa entrevista separada à Bloomberg TV, Ashton Carter definiu a aliança anti-EI como “a designada coligação”, sublinhando a frustração do Pentágono com os seus parceiros, em particular os países árabes do Golfo, por não estarem a fazer o suficiente.
“Precisamos que outros assumam a sua parte do fardo”, disse.
Carter deslocou-se na semana passada à Europa para tentar convencer os aliados a reforçarem o combate ao EI.
De acordo com analistas, a exasperação de Carter reflete as pressões de Washington, onde os críticos mais radicais consideram que a administração de Barack Obama está a atuar de forma muito lenta para derrotar o EI.