O antigo presidente e líder do sindicato polaco Solidariedade, Lech Walesa, vai poder defender-se publicamente das alegações que davam conta que tinha ligações à polícia secreta soviética nos tempos em que o comunismo reinava na Polónia.

Quem o confirmou foi o Instituto da Memória Nacional (IPN), organização responsável pelo julgamento de crimes contra a nação polaca, através do seu porta-voz, Marcin Weglinski, em declarações à Agência France Press, onde revelou que foi o próprio Walesa que pediu a realização de um debate que será realizado no dia 16 de março na cidade de Gdansk.

O vencedor do Nobel da Paz em 1983 pediu também que o painel fosse composto pelos historiadores Slawomir Cenckiewicz e Piotr Gontarczyk, que são dos maiores críticos de Walesa tendo escrito obras em que apresentavam alegadas provas do papel de informante para os serviços secretos soviéticos que desempenhava o ex-presidente. O realizador ligado à extrema-direita, e que se tem dedicado a divulgar biografias de antigos agentes polícia secreta polaca,  Grzegorz Braun, foi também convidado a participar. No entanto, o porta-voz do IPN esclareceu que a presença destas personalidades ainda não foi confirmada.

O IPN, que tem a cargo a investigação de crimes do período nazi e comunista, já tinha acusado Walesa de envolvimento nas atividades dos serviços secretos comunistas. Por tudo isto, Walesa declarou ao IPN que tinha visto o seu nome repetidamente manchado na comunicação social e que, por isso, queria apresentar a respetiva defesa.

As suspeitas da colaboração comunista de Walesa remontam a 1992, quando o então ministro da Administração Interna polaco, Antoni Macierewicz, divulgou o nome de 60 alegados agentes dos serviços secretos polacos durante o período comunista, e onde se incluíam importantes figuras políticas, tais como Walesa. Pouco tempo depois, o antigo presidente considerou as acusações “absurdas”.

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