Em declarações aos jornalistas, à margem da conferência internacional “Love Synapses — Building Strong Children, Families and Communities, que decorreu hoje, em Lisboa, Jorge Sampaio congratulou-se com a candidatura do ex-Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados António Guterres a secretário-geral da ONU.

“Acho que era um passo que tem que ser dado. O engenheiro António Guterres é um excelente candidato por todas as razões que são conhecidas e ditas”, apontou Jorge Sampaio. Lembrou que a candidatura “é um processo difícil”, defendendo, por isso, que haja um “empenhamento a sério” e lembrando que as “consequências estão obviamente dependentes de muitos fatores externos que Portugal não controla”.

“Se Portugal estiver devidamente empenhado e com o papel que tem tido internacionalmente, e que ele [António Guterres] tem tido internacionalmente, sobretudo, eu penso que é uma coisa pela qual vale a pena lutar e que prestigia Portugal, naturalmente”, defendeu o ex-Presidente da República.

Jorge Sampaio entende que “a possibilidade existe”, mas não deixou de alertar que “não vai ser nada fácil”, apontando que não vale a pena ter essa ilusão. “É um excelente candidato e portanto é uma honra para Portugal ter este candidato e ter a possibilidade de vir a acontecer uma coisa deste género”, acrescentou.

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Num comunicado divulgado na semana passada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Governo anunciou que vai apresentar a candidatura de António Guterres a secretário-geral das Nações Unidas. A candidatura do ex-primeiro-ministro António Guterres ao posto de secretário-geral das Nações Unidas junta-se a várias outras já oficialmente apoiadas pelos governos da Bulgária, Croácia, Macedónia ou Eslovénia.

Na Carta das Nações Unidas estabelece-se que o cargo de secretário-geral é designado pela Assembleia Geral da organização, depois de aprovado pelo Conselho de Segurança, onde tem que passar pelo crivo dos cinco países com assento permanente e poder de veto: Estados Unidos da América, Reino Unido, Rússia, França e China.

António Guterres foi alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados durante dez anos, tendo terminado o mandato em final de 2015.