O apoio de Lobo Xavier à candidatura de Assunção Cristas para a liderança do CDS veio através de missiva, publicada no jornal do partido. Para o advogado, Cristas é “uma mãe realizada e feliz”, uma “profissional brilhante e de sucesso”, ou seja, “o melhor símbolo” da renovação dos quadros do partido que “Paulo Portas foi pacientemente operando nos últimos anos”. Deixa ainda um recado aos militantes para alinharem com a antiga ministra da Agricultura: a antiguidade no partido “não é sempre um bom critério”.

“Não deixa de ser sintomática, aliás, a reacção comedida dos nossos adversários: dela não podem dizer que é radical, aparelhista, insensível ou fútil. Para o que estamos habituados na história do CDS, há que reconhecer que se trata de um excelente começo“, escreve Lobo Xavier num artigo de opinião para o jornal do partido “Folha do CDS”.

O ex-deputado e ex-dirigente do CDS não só dá o seu apoio a Cristas, como aponta todas as suas qualidades para liderar o CDS daqui para a frente, lembrando que os centristas precisam de “determinação, de convicções, de causas, de equilíbrio, de criatividade, de imaginação e de inteligência”, características que Cristas traz em “boa dose”.

Para quem diz que Cristas tem poucos anos no partido – foi eleita para deputada pela primeira vez em 2009 -, Lobo Xavier lembra que o tempo não é indicador de qualidade de um líder, questionando “quantos militantes históricos do partido não se encontram hoje em outras paragens ideológicas e partidárias” e o que teria sido do partido se, em nome da “sua fresca filiação”, se tivesse impedido a liderança de Portas.

Sobre o líder que não quer continuar a orientar o futuro dos centristas, Lobo Xavier justifica a sua saída dizendo que Portas “percebeu rapidamente que esta legislatura de desfecho imprevisível, que se anuncia politicamente complexa para a direita, precisa de um Partido renovado e revigorado”. Isto é justificação para acarinhar o líder, mas não para o lamentar ou para existir um “sentimento de orfandade”. “Olhemos todos em frente, pois, mas especialmente os que respeitam o seu legado”, conclui Lobo Xavier.

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