Passos Coelho, líder do PSD, apelou esta noite a que “aqueles que partilham valores sobre a Europa se voltem a entender rapidamente e claramente para defender essa Europa”. A ameaça, segundo o líder social-democrata bem dos partidos de extrema-esquerda e extrema-direita e está mais perto do que se possa pensar, especialmente quando estas forças se possam aproveitar de Governo mais frágeis, que necessitam de apoio parlamentar.

“Há quem esteja à espera, em Espanha e Portugal, que os Governo por fragilidade política de conjuntura dependam do apoio desses radicalismos populistas para servirem essa estratégia de acabar com o euro”, afirma o antigo primeiro-ministro numa iniciativa do PSD que contou com a participação de Jaime Gama, Rui Machete e Vítor Martins e moderação de Maria João Avillez, debatendo os 30 anos de adesão de Portugal à CEE.

“É muito importante que o atual Governo saiba bem as escolhas que quer fazer no espaço europeu. Porque a maioria de que depende não tem a mesma visão que nós temos nessa matéria”, disse o líder do PSD numa mensagem clara ao PS quanto ao apoio parlamentar do Bloco de Esquerda e do PCP. O líder do PSD afirma ainda que esta consciência dos sentimentos anti-europeus existe nas maiores família políticas europeias, referindo-se ao Partido Popular Europeu – integrado pelo PSD e CDS – e aos Socialistas Europeus – integrados pelo PS.

Passos Coelho falou em Espanha, citando a entrevista de Felipe Gonzalez ao jornal El País, em que o antigo primeiro-ministro se referia à extrema-esquerda como “leninismo 3.0” , e o caso da Grécia, para dizer que na Europa se trava uma importante “batalha política” e que os partidos que sempre tiveram consenso sobre a participação no processo da construção europeia não podem ser “instrumentalizados”. O social-democrata utilizou a situação em Espanha para dizer que mais importante do que ter apoio parlamentar, é ter uma ideia para o que quer que o Governo seja, uma ideia que diz transparecer na entrevista do histórico socialista espanhol.

Já sobre a Grécia, Passos Coelho considera que se caiu no cenário mais “irracional”, com “um terceiro regate mais caro e com mais austeridade”. “Fica muito claro que este caminho feito conscientemente […]  Julgo que este filme [eleição do Syriza na Grécia e subsequente referendo], que assisti com incredibilidade, é um filme que se pode repetir noutros países e há quem deseje que se repita noutros países para que a Europa possa mudar. Não temos todos a mesma visão da Europa”, afirmou o líder do PSD.

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