Um ano e meio depois da resolução, as ações do Banco Espírito Santo (BES) são finalmente excluídas da negociação, por decisão da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A exclusão, que envolve também obrigações subordinadas do BES, surge depois de sucessivas prorrogações, por dez dias, da suspensão de transações de títulos do banco — a primeira foi decidida a 1 de agosto de 2014 — e na sequência da decisão do Banco de Portugal de fechar o perímetro de ativos e passivos que ficam do lado do banco bom, o Novo Banco, e que passam para BES.

As últimas contas apresentadas pelo Banco Espírito Santo são referentes a dezembro de 2014 e apontam para uma situação patrimonial negativa de 2.679 milhões de euros que resulta da diferença entre os ativos e passivos (créditos reclamados). O valor do “buraco” é superior aos 2.400 milhões de euros apresentados no verão passado. Na altura, a instituição avisava que esta insuficiência poderia ser ampliada.

A exclusão da negociação dos títulos do BES é anunciada, apesar de ainda não ter sido apresentado, sublinha a CMVM, o relatório de avaliação independente com a estimativa do nível de recuperação de créditos, por classe de credores, num cenário de liquidação do banco, em alternativa à resolução.

Esta avaliação, que está a ser conduzida pela Deloitte, irá determinar se a resolução foi menos penalizadora para os credores do que a liquidação. Se a conclusão for a contrária, o Fundo de Resolução terá de indemnizar os credores do BES.

Com a decisão de fechar o perímetro, o Banco de Portugal comunicou a intenção de solicitar ao Banco Central Europeu que revogue a autorização do Banco Espírito Santo, dando início ao processo judicial de liquidação.

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