O ministro da Cultura, João Soares, disse, nesta segunda-feira, no Algarve, que Portugal vive uma “situação de emergência”, nomeadamente no setor que tutela, mas defendeu que a reposição do ministério vai permitir trabalhar pela afirmação cultural do país.

“É preciso ter consciência de que estamos confrontados com uma situação de emergência, muito séria, que resulta dessas aventuras de quem pôs os chamados ‘mercados’ acima dos intereses do país e nomeadamente dos interesses culturais do país”, afirmou o ministro, sublinhando que o país já enfrentou situações difíceis e “soube dar-lhes a volta”.

João Soares, que falava aos jornalistas em Faro, no final da visita oficial que hoje fez ao Algarve, admitiu que é “absolutamente óbvio” que o ano agora se inicia continuará a ser de escassez de verbas para a Cultura, mas reafirmou que o atual Governo está disposto a elevar o setor no plano das suas prioridades.

Segundo o governante, o atual primeiro-ministro tem uma “vontade clara de dar à cultura um papel muito mais importante do que aquele que teve nos últimos anos, nomeadamente do ponto de vista do ‘ranking’ governamental”, o que se traduz no facto de a cultura ter deixado de estar “em último lugar no governo”.

Questionado pelos jornalistas sobre as verbas previstas para a Cultura no Orçamento do Estado para 2016, o ministro da Cultura disse não estar “ainda em condições para dar uma resposta” sobre a matéria, uma vez que o Governo está ainda a terminar o esboço do documento.

“Infelizmente, uma boa parte do nosso sistema financeiro comeu recursos que teriam sido muito melhor utilizados na área da cultura e na afirmação cultural do país”, afirmou, referindo-se às “tragédias” que resultaram dos casos dos bancos BES, BPN e Banif. João Soares cumpriu hoje a sua primeira visita oficial ao Algarve, tendo visitado monumentos e equipamentos culturais em Aljezur, Vila do Bispo, Lagos, Paderne (Albufeira) e Faro.

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