A bactéria multirresistente Klebsiella pneumoniae com KPC já causou três mortos no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC), durante o mês de janeiro, e 21 continuam isolados, confirmou, esta quarta-feira,  o diretor clínico da instituição, em conferência de imprensa. Estas declarações chegam depois de o Jornal de Notícias ter noticiado hoje que a mesma bactéria que matou três pessoas no Hospital de Gaia, no final de 2015, tinha levado ao isolamento de 24 pacientes nos CHUC.

Contactada pelo Observador, fonte oficial do CHUC acrescentou que a idade média dos pacientes que morreram por “causa atribuível à bactéria” era de 78 anos, tendo o paciente mais novo 65 e o mais velho 87, e com comorbilidades associadas.

Dos 24 pacientes isolados que o JN dá conta, três já tiveram alta e 21 continuam isolados. Desses, detalhou José Pedro Figueiredo, oito estão realmente infetados e “estão a ser tratados e a evoluir favoravelmente”, quatro foram colonizados (sem sintomas) e estão no serviço de medicina intensiva “por apresentarem outras patologias graves que justificam que estejam internados” e nove acusaram rastreios positivos, ou seja, estão também colonizados, mas não estão infetados.

O diretor clínico sublinhou ainda que em quase 2.000 doentes internados no hospital, haver 21 com a bactéria “não permite retirar significado estatístico” e não deve gerar alarmismo. Ainda assim, a instituição adotou medidas de segurança.

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Ao JN, o gabinete do coordenador local do Programa de Prevenção e Controlo das Infeções e das Resistências aos Antimicrobianos do CHUC já tinha explicado que não se pode falar em “surto”.

Esta mesma bactéria multirresistente infetou centenas no final do ano passado no Hospital de Gaia, tendo causado a morte de três pacientes. O diretor-geral da Saúde, Francisco George, explicou então que na origem da bactéria multirresistente detetada no Hospital de Gaia, estava “o uso indevido, inadequado” de antibióticos.

O ministro da Saúde já falou sobre o caso, dizendo que as autoridades de saúde do CHUC acionaram medidas “profiláticas e preventivas” para resolver os casos dos doentes internados com a bactéria multirresistente. “É uma situação importante, naturalmente ocorre em ambiente hospitalar, são episódios que têm alguma frequência ao longo do tempo e as autoridades de saúde e o próprio hospital estão a acionar as medidas, digamos, profiláticas e preventivas que tenderão a corrigir a situação”, disse o ministro Adalberto Campos Fernandes, citado pela Lusa.