A cotação do dólar no mercado negro da Venezuela atingiu o valor mais alto de sempre, ultrapassando a barreira psicológica de 1.000 bolívares (bs), 158 vezes mais que a principal taxa de câmbio oficial de 6,30 Bs.

Pelas 20h00 de quarta-feira (00h30 horas de quinta-feira em Lisboa) a cotação do dólar no mercado paralelo era de 1003,23 Bs (1.114,28 por cada euro), depois de ter iniciado 2016 a valer 833,33 Bs (925,57 Bs por cada euro), segundo a página na Internet Dolar Today.

Na Venezuela vigora, desde 2003, um sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção local de moeda estrangeira no país e obriga os empresários a recorreram às autoridades para poderem obter as autorizações necessárias para aceder aos recursos para efetuar as importações.

No entanto são cada vez mais frequentes as queixas dos empresários de dificuldades na obtenção de divisas a preços oficiais, o que os leva ao mercado paralelo.

A Venezuela regista, há dois anos, problemas no abastecimento de produtos básicos alimentares, medicamentos e outros, uma situação que os comerciantes dizem ter-se intensificado nas últimas semanas.

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Os mais recentes dados oficiais, correspondentes a setembro de 2015, davam conta que a inflação venezuelana eram superior a 140%, em 12 meses.

O Governo do Presidente Nicolás Maduro acusa o portal Dolar Today de atacar a economia venezuelana e tem recorrido, sem sucesso, a vários mecanismos para bloquear o acesso a essa página na Internet, que continua a ser vista como uma referência pelos cidadãos.

O salário mínimo dos venezuelanos é de 10.000 Bs mensais (10 dólares), num país em que um café custa atualmente 130 Bs (1,30 dólares).

Na Venezuela existem oficialmente três taxas de câmbio, a taxa Cadivi a 6,30 Bs por dólar norte-americano, para importações prioritárias do Estado, a Cencoex de 13,50 Bs por dólar, destinadas a atividades relacionadas com o turismo e a Simadi a 199,85 Bs por dólar, para outras importações.