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Quem não acha piada a desfiles de Carnaval com samba e mulheres em trajes menores encontra em Bragança uma festa mais tradicional. Os Caretos de Podence, em Macedo de Cavaleiros, vestem trajes coloridos e escondem a cabeça dentro de uma máscara de lata. Depois, prendem vários chocalhos à cintura e bandoleiras de campainhas e correm pelas ruas da aldeia a chocar com as raparigas solteiras. Entre o pagão e o religioso, os tradicionais caretos representam imagens diabólicas e misteriosas que há muito tempo saem à rua nas festividades carnavalescas de Podence. O desfile começa no sábado às 16h00 e termina com a queima do diabo.

As máscaras de Carnaval mais famosas são normalmente associadas a bailes em Veneza ou a festas carnavalescas no Brasil. Mas em Lazarim, uma pequena vila do concelho de Lamego, elas também ganham uma dimensão especificamente portuguesa. O Entrudo de Lazarim decorre entre sábado e terça-feira e, nesta festa popular, centenas de pessoas usam caretos, máscaras esculpidas em madeira de amieiro, feitas por artesãos locais. A forma dos caretos pode variar: há as diabólicas, carrancudas, com orelhas bicudas, barbas ou bigodes, com cornos e até a imitar animais. São sempre diferentes de ano para ano e cabe aos seus portadores idealizarem as vestimentas que melhor as acompanham. O programa completo das festas pode ser consultado online.

Entre 4 e 13 de fevereiro, dança-se e vê-se dançar em Guimarães, com a 6.ª edição do festival GUIdance. Depois de “Se alguma vez precisares da minha vida, vem e toma-a”, de Vitor Hugo Pontes, o espetáculo de estreia, na sexta-feira o público pode ver “Hu(R)mano”, de Marco da Silva Ferreira, às 22h00 no Centro Cultural Vila Flor. No sábado há dose dupla de espetáculos, primeiro às 19h00, na Black Box da Plataforma das Artes e da Criatividade, com a estreia nacional de “Hyperfruit”, uma peça que reflete como os novos meios de comunicação digital afetam as relações pessoais. Às 22h00, Miguel Moreira leva ao palco do Grande Auditório do CCVF a estreia absoluta de “Maremoto”, uma reflexão sobre este fenómeno que é como um grito da natureza. O preço dos bilhetes varia entre os cinco e os 10 euros e há ainda um passe geral por 35 euros que dá também acesso às exposições patentes no Centro Internacional das Artes José de Guimarães. 

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Ethnic, Piano, Van Cliburn,

Vadym Kholodenko fotografado em 2013, ano em que venceu o prestigiado Concurso Van Cliburn. Atua este sábado no Porto. ©Divulgação

A medalha de ouro do prestigiado Concurso Van Cliburn, em 2013, veio coroar o percurso de grande sucesso internacional do pianista ucraniano Vadym Kholodenko. No seu regresso à Casa da Música, no Porto, onde já participou num concerto de Mozart na companhia da Orquestra Sinfónica, Kholodenko estreia‑se este sábado à noite em recital a solo em Portugal com obras de Schumann e a música do russo Alexander Scriabin. Ainda há bilhetes (22 euros).

Na sexta-feira e no sábado, às 21h00, há Guerra no Teatro Nacional de São João, no Porto. Mas não é preciso ter medo. Em 1913, um grupo de jovens artistas também não tinha medo quando festejava em Paris a consoada de Natal. Para eles, a guerra era um horizonte longínquo, uma eventualidade meramente retórica, que acabaria por se confirmar um ano mais tarde, com o início da I Guerra Mundial. Estreado no Festival Internacional de Edimburgo em 2014, ano em que se comemorou o centenário da I Guerra Mundial, este espetáculo “é uma intempestiva incursão nas imagens e nos sons da guerra, interrogando o poder da arte face à devastação”, pode ler-se na folha de sala. Chega-nos de Moscovo pelas mãos do Festival Internacional de Teatro Tchékhov e do encenador Vladimir Pankov. Bilhetes entre os 7,50 e os 16 euros.

No sábado inaugura em Serralves uma exposição imperdível. “The Sonnabend Collection: Meio século de arte europeia e americana. Part 1” foca-se na pop art, no minimalismo, na arte povera, no pós-minimalismo e na arte conceptual. “É um autorretrato, uma autobiografia de Ileana Sonnabend, Michael Sonnabend, e minha também”, explicou António Homem, o português que tutela todas as obras de uma das coleções mais importantes da segunda metade do século XX, e que privou com artistas como Andy Warhol ou Roy Liechtenstein. Para ver até 8 de maio, com bilhetes a 10 euros. Aos domingos de manhã a entrada é gratuita.

Os muitos bares e clubes portuenses organizam por esta altura diferentes festas temáticas. É o caso do Pitch, onde no sábado pela meia-noite há “Baile Tranquilo” (aviso: o nome pode enganar). As entradas variam entre os seis e os nove euros. consumíveis. Mascarados são bem-vindos.

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Ovar é uma das cidades portuguesas que mais celebra o entrudo. No sábado às 22h00, por exemplo, começa o desfile das escolas de samba (sim, há quem ensine e aprenda a sambar em Portugal). À meia-noite sobem ao palco os HMB e depois o DJ MC Demo. Um dia antes, à mesma hora, as ruas enchem-se de mascarados, com os DJs Quentitos e MC Henrique Mano a dar música a partir da meia-noite. O programa é extenso e pode ser consultado na página do município. Não se esqueça da máscara.

No virar do novo milénio, um trio de portugueses saiu de Coimbra e foi tentar conquistar a cidade dos Sex Pistols, Londres, com o seu punk. O sonho tornou-se real, mas fugaz. É precisamente em Coimbra, no Teatro Académico Gil Vicente, que se recordam os The Parkinsons de Afonso Pinto, Victor Silveira e Pedro Chau, com a exibição do documentário “A Long Way to Nowhere”, realizado pela britânica Caroline Richards. O filme passa no sábado, às 18h00, e no final o público pode conversar com alguns elementos da banda e também com a realizadora. Os bilhetes custam quatro euros. À noite, os The Parkinsons sobem ao palco do Salão Brazil, às 22h00, mas os bilhetes já estão esgotados. Quem quiser mesmo vê-los pode ir a Lisboa na sexta-feira, já que eles atuam no Sabotage Club.

Há quem tire uma semana de férias só para se poder divertir nesta altura em Torres Vedras. Se há cidade portuguesa onde se celebra o Carnaval em grande é Torres Vedras, onde, entre 5 e 10 de fevereiro, há desfiles nas ruas, concertos e sessões de DJs em três palcos diferentes, entre a Praça Machado Santos, o Jardim de Santiago e o Mercado Municipal. O melhor é consultar o programa completo e ver se ainda vai a tempo de tirar uns dias de férias. Caso não seja possível, o fim de semana promete animação de sobra.

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Em outubro, a fadista Cristina Branco e o pianista Mário Laginha criaram um espetáculo de homenagem a Chico Buarque e apresentaram-no no festival literário FOLIO, em Óbidos. Mas parecia injusto que o público apenas tivesse uma oportunidade para escutar as canções do músico, compositor e escritor brasileiro recriadas por estes músicos portugueses. A oportunidade para quem não viu, ou quer voltar a ver, chega esta quinta-feira no Jardim de Inverno do Teatro S. Luiz, em Lisboa. Até 12 de fevereiro, estará por lá Chico Buarque por Cristina Branco e Mário Laginha Trio, de quinta-feira a sábado, às 19h00. A entrada custa 12 euros. (O Observador publicou um texto sobre o espetáculo aqui.)

O Teatro Nacional de São Carlos e o Teatro da Cornucópia apresentam uma nova produção da ópera “Dialogues des Carmélites“, obra-prima de Francis Poulenc, a partir do texto de Georges Bernanos. A ópera foi apresentada pela última vez no São Carlos em 1970 e regressou esta quarta-feira, numa nova produção encenada por Luis Miguel Cintra e direção musical de Joao Paulo Santos, com direito a sala esgotada. Para esta sexta-feira, às 20h00, e para domingo, às 16h00, ainda há alguns bilhetes, entre os 10 e os 50 euros.

Entre quinta-feira e domingo, a Praça de Touros do Campo Pequeno volta a encher-se de cacau, nas suas várias formas e feitios. É o regresso do evento Chocolate em Lisboa, bem assinalado na agenda de vários gulosos.  Na arena vão estar 80 expositores e mais de 200 marcas de chocolate, nacionais e internacionais. O país em destaque é o Peru, de onde chega algum do melhor cacau do mundo (e vai poder prová-lo).  Para quem quer aprender a confecionar em casa, há vários workshops gratuitos, que decorrem todos no sábado. Às 14h00, por exemplo, é possível aprender a fazer esparguete de chocolate negro. Às 17h00, o nutricionista Alexandre Fernandes desvenda os mistérios da “Dieta do Chocolate”. Às 18h30, o crítico Fernando Melo, da Revista de Vinhos e da Evasões, disserta sobre a harmonização de colheitas tardias com os vários tipos de chocolate. É possível que, por esta altura, já tenha vontade de devorar uma tablete inteira. Se quiser fazê-lo no chocolate em Lisboa deve comparecer entre as 10h30  e as 21h30 (no último dia o recinto encerra às 21h00). A entrada para os adultos custa 3,50 euros.

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O Chocolate d’Odette será uma das marcas presentes no evento O Chocolate em Lisboa. ©www.facebook.com/Chocolate-d-Odette

Depois da estreia no Porto — algo que não acontecia há 14 anos –, a Companhia Nacional de Bailado leva ao Teatro Camões, em Lisboa, “Programa Reportório“. É a oportunidade de revisitar peças históricas através das coreografias “5 Tangos”, do holandês Hans van Manen (1932), uma peça concebida para o Ballet Gulbenkian, sobre música do compositor argentino Astor Piazzolla, “Serenade”, de George Balanchine (1904-1983), a partir daquela obra de Tchaikovsky, “Grosse Fugue”, de Anne Teresa De Keersmaeker (1960), sobre a célebre “Grande fuga”, de Beethoven, e “Herman Schmerman”, de William Forsythe (1940), com música de Thom Willems. Para ver sexta-feira e sábado, às 21h00, com bilhetes entre os cinco e os 30 euros.

O sueco Kristian Matsson não chega aos 1,80 metros de altura mas, em cima do palco, é o homem mais alto do mundo. The Tallest Man on Earth chega a Lisboa a 6 de fevereiro, voz, guitarra e banjo a criar o ambiente folk que Bob Dylan ajudou a moldar. O concerto estava previsto para o Armazém f, mas foi entretanto transferido para a Aula Magna. O que é um ótimo sinal. Bilhetes entre os 23 e os 30 euros.

As Comédias do Minho instalam-se um mês no Teatro Nacional D. Maria II, em pleno Rossio, e para primeira amostra escolheram “Os Doze Pares de França“, ” um auto popular profano que conta como o Imperador Carlos Magno, cristão patrono dos doze pares do reino, enfrenta as hostes do mouro Almirante Balão”, pode ler-se na folha de sala. A peça estreia esta quinta-feira e prolonga-se até 21 de fevereiro, na Sala Garrett, com espetáculos de quarta a domingo. Bilhetes a partir dos cinco euros.

No Teatro Turim, em Lisboa, estreia este sábado a peça infantil “Histórias de Papelão“. Sinopse da peça não há, porque ela será aquilo que as crianças ditarem aos atores do grupo de comédia de improviso Improvio Armandi. Sim, são os mais pequenos que decidem o que vai acontecer a seguir. A peça fica no Teatro Turim até 28 de fevereiro, sábados às 16h00 e domingos às 11h00. E porque é Carnaval, há festa a seguir. Os bilhetes para os adultos custam oito euros e para as crianças cinco euros. Quem for mascarado paga quatro euros.

O coreógrafo sérvio Josef Nadj, director do Centre chorégraphique national d’Orléans, apresenta no dia 6 de fevereiro no Teatro Municipal Joaquim Benite a sua mais recente criação: “Pour Dolorès. Josef Nadj“, uma referência mundial no que toca à dança moderna. Para ver no sábado, às 21h30, com os bilhetes a custarem 13 euros.

A companhia Quorum Ballet leva ao Teatro Pax Julia, em Beja, “The Elements“, uma coreografia que leva à reflexão sobre a essência de cada ser humano, demonstrando que a terra, o ar, o fogo e a água são imprescindíveis para a harmonia e o equilíbrio. Para ver no sábado, às 21h30, em troca de cinco euros.

Em Loulé, a festa de Carnaval também atrai muitos visitantes. O tema deste ano é “O Grande Naufrágio” e a sátira política vai estar bem presente nas celebrações deste sábado e domingo. Às 15h00, na Avenida José da Costa Mealha, vão desfilar 14 carros alegóricos, onde as escolas de samba, os grupos de animação em representação de algumas coletividades do Concelho, cabeçudos, gigantones, entre outros, levam ao “sambódromo louletano” cerca de 700 figurantes.