A epidemia do dengue e do zika aumentou consideravelmente as vendas de repelentes no Brasil, o país mais afetado por estas doenças tropicais transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Segundo o diário O Globo, o volume de vendas destes produtos no Brasil aumentou 50% em 2015, ano em que os casos de dengue e de zika dispararam, fazendo do país o quarto maior mercado, depois dos Estados Unidos, Canadá e Argentina.

As vendas subiram de 145,4 milhões de reais (aproximadamente 36 milhões de euros) para 217,4 milhões de reais (cerca de 54 milhões de euros), o valor mais alto na história do setor, segundo a Nielsen, que estima que, em 2016, se mantenha o mesmo ritmo de crescimento.

Sem haver vacina, a aplicação dos repelentes contra o mosquito é uma das formas de proteção contra o vírus, que é transmitido aos seres humanos pela picada de mosquitos infetados.

Este aumento das vendas apanhou os fabricantes de repelentes de surpresa, o que obrigou a contratar mais trabalhadores para laborar ininterruptamente e também à importação destes produtos, adianta a publicação.

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No total, foram vendidos 14,7 milhões de repelentes em 2015, contra 11,1 milhões no ano anterior, o que representa um aumento de 32,5%, ainda que a utilização não seja ainda um hábito da maioria dos brasileiros. O Brasil é o país mais afetado pela epidemia, com 1,5 milhões de pessoas infetadas com Zika em 2015.

Em 80% dos casos, os sintomas são ligeiros: síndrome febril, de curta duração e que se resolve em quatro a sete dias sem complicações graves. Pode ocorrer ainda exantema com manchas, conjuntivite ou dor de cabeça.

É especialmente perigosa para mulheres grávidas, associado a casos de microcefalia em crianças cujas mães foram infetadas durante a gravidez, mas também para um aumento dos casos de síndrome de Guillain-Barré (uma doença neurológica).

A dengue, também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, fez 863 mortes em 2015 no Brasil, de acordo com informação do Governo.