O Japão manifestou esta segunda-feira apoio à instalação na península coreana de um sistema antimíssil dos EUA, depois de no domingo Washington e Seul terem anunciado o início de conversações formais com esse objetivo.

O ministro porta-voz do Governo japonês, Yoshihide Suga, disse que Tóquio considera “apropriadas” as negociações anunciadas pelos EUA e pela Coreia do Sul poucas horas depois de a Coreia do Norte ter lançado um rocket de longo alcance que a comunidade internacional considera ter sido um teste de mísseis balísticos.

Foi a primeira vez que Seul se pronunciou claramente sobre o projeto de instalar em território sul-coreano o sistema antimíssil dos Estados Unidos THAAD, a que Pequim se opõe.

O ministro porta-voz do Japão disse ainda, na mesma conferência de imprensa, que é “vital” a assinatura de um pacto para troca de dados e informações com a Coreia do Sul com o objetivo de controlar melhor os movimentos do regime norte-coreano.

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No domingo, o Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou “firmemente” o lançamento, no mesmo dia, de um rocket pela Coreia do Norte e anunciou que vai aprovar em breve novas sanções contra o país.

A declaração do Conselho foi unânime, o que significa que foi apoiada pela China, o principal aliado de Pyongyang, e pelos restantes 14 países que compõem o Conselho de Segurança.

O órgão executivo da ONU reuniu-se de emergência no domingo, a pedido dos Estados Unidos, do Japão e da Coreia do Sul, depois de a Coreia do Norte anunciar o lançamento do rocket.

Peritos da Coreia do Sul estimam que o míssil possa ter um alcance de mais de 10 mil quilómetros, uma distância superior à que separa a península coreana do território continental dos Estados Unidos da América.

Tensão com navio patrulha norte-coreano

Entretanto, um navio patrulha da Coreia do Norte entrou em águas da Coreia do Sul, gerando um novo episódio de tensão na zona. O patrulheiro norte-coreano cruzou a delimitação marítima ocidental entre as duas coreias às 6h55 locais (21h55 em Lisboa), segundo um porta-voz do Ministério da Defesa da Coreia do Sul.

O navio permaneceu 20 minutos em águas sul-coreanos e regressou ao lado da Coreia do Norte depois de um navio militar da Coreia do Sul ter feito disparos de advertência, explicou a mesma fonte.

A Marinha sul-coreana “está numa situação de alerta elevada e intensificou a vigilância das atividades da Coreia do Norte”, afirmou aquele porta-voz.

Estas incursões em águas sul-coreanas são relativamente frequentes, uma vez que Pyongyang não reconhece a delimitação marítima entre os dois países traçada no final da guerra da Coreia (1950-53).