O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aproveitou uma visita à fronteira do seu país com a vizinha Jordânia, onde foi erguida uma vedação, para defender a construção de ainda mais barreiras de segurança em solo israelita. Netanyahu falou de “um plano de vários anos para isolar Israel com vedações de segurança que protejam o país no atual e futuro Médio Oriente”.

“No final de contas, o Estado de Israel, no meu entender, haverá uma vedação que em torno de tudo”, disse Netanyahu, citado pelo jornal israelita Haareetz. “Vão perguntar-me ‘é isto que queres para proteger a nossa propriedade?’. A resposta é afirmativa. Vamos rodear o Estado de Israel com vedações e com barreiras? A resposta é sim. Na região onde vivemos, temos de nos defender contra os animais selvagens.

Segundo o jornal britânico The Guardian, o plano de Netanyahu servirá também para evitar a construção, ou diminuir a eficácia, de túneis subterrâneos construídos pelo Hamas destinados a infiltrar terroristas em Israel. O tenente-general israelita Gadi afirmou na terça-feira que o Hamas está a reconstruir canais daquele tipo, depois de outros terem sido destruídos na guerra de julho e agosto de 2014.

Atualmente, o principal muro de defesa de Israel é aquele que se separa o Estado judaico de Gaza. A construção desta barreira levou a que o número de ataques suicida em Israel diminuísse, mas não tem impedido os ataques mais recentes, iniciados em outubro. Neste caso, a maior parte dos ataques têm sido feitos por jovens com facas.

Apesar disso, o plano de Netanyahu não se fará sem oposição — mesmo dentro do seu próprio governo. O ministro da Educação israelita, Naftali Bennett, referiu-se a outros sítios onde a população judaica é significativa e onde ela vive em maior segurança, não precisando para isso de mais muros ou vedações: “O primeiro-ministro disse hoje que precisamos de vedações. Estamos a embrulhar-nos em vedações. Na Austrália ou em New Jersey não há necessidade de vedações”.

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