O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, considerou hoje “lamentável” que o Governo tenha omitido aos portugueses a eventual entrada de capital chinês na TAP, esperando obter “rapidamente” esclarecimentos sobre a matéria no parlamento.

“Não sabemos de que maneira é que o interesse público está definido e defendido, tudo isto, julgo eu, é bastante lamentável e eu espero que o Governo aproveite, de uma vez por todas, uma oportunidade de ida ao parlamento e esclareça, com total transparência, o que é que se está a passar, para nós percebermos, de facto, o que é que significa esta renegociação que teve lugar”, disse o líder social-democrata.

O semanário Expresso noticia na sua edição de hoje que o “Governo deixa entrar chineses no capital da TAP”, sublinhando que o executivo de António Costa “assinou cláusula” para a HNA ter 10 por cento da empresa.

“Fomos todos surpreendidos com essa notícia e acho mesmo espantoso que o Governo tenha sido chamado ao parlamento para esclarecer o que é que se passou com a renegociação do processo de privatização sobre a TAP e tenha omitido estas informações”, disse.

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Pedro Passos Coelho, que falava aos jornalistas em Portalegre à margem de um almoço com militantes e simpatizantes do PSD que apoiam a sua recandidatura à liderança do partido, sublinhou que a atitude do Governo é “reprovável” ao omitir este tipo de questões, causando-lhe “perplexidade”.

“Eu acho isto espantoso. Como forma de garantir a transparência e, até, a regularidade de processos que são públicos, parece-me a todos os títulos reprovável”, disse, acrescentando: “acho que o mínimo que o Governo pode fazer é reconhecer que faltou com o esclarecimento que era devido ao parlamento e, em vez de andar a meter as notícias nos jornais, que informe as instituições, com transparência, daquilo que é o seu trabalho, nomeadamente em termos contratuais, quando isso traduz compromissos do Estado e dos contribuintes para futuro”.

Pedro Passos Coelho disse esperar obter esclarecimentos “o mais rapidamente possível”, defendendo, ainda, que o Governo não deve ficar à espera que sejam os partidos a chamar o executivo ao parlamento.

“Esta não é uma maneira correta, adulta, não é uma forma madura de tratar os portugueses e a política portuguesa”, disse.

Questionado sobre o Orçamento do Estado para 2016, Pedro Passos Coelho considerou que o documento, após as correções de que foi alvo, é um orçamento “arriscado”, porque “não garante” a medidas suficientes para atingir a meta orçamental.

“Por outro lado, reflete as escolhas da política que o Governo está a fazer e essas escolhas não são as nossas, claramente”, declarou.