A chuva forte e a forte agitação marítima que se têm verificado, sobretudo nas regiões do norte e centro do país, vão agravar-se entre a noite de sábado e o dia de domingo. A informação é avançada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), que apela às pessoas que se afastem das zonas costeiras.

Em comunicado, a ANPC fala em “precipitação persistente, por vezes forte (podendo acumular até 40 a 50 mm nas próximas 6 horas no litoral a norte do Cabo Mondego), podendo “ser acompanhada de trovoada e de granizo no domingo (em especial nas regiões Norte e Centro)”. Em algumas regiões do norte e centro do país acima dos 1600 metros o mau tempo pode ser acompanhado por queda de neve.

O vento forte não dará tréguas pelo menos até terça-feira e a agitação marítima que se faz sentir na costa ocidental tenderá a agravar-se nas próximas horas, “sendo que a norte do Cabo Raso poderá atingir os 7 a 8 metros a partir da tarde de domingo e até à manhã de segunda-feira”. Em alguns casos, as ondas podem “atingir os 14 metros” de altura, informa a ANPC.

A ANPC alerta também para a “possibilidade de inundações rápidas em zonas historicamente vulneráveis” junto aos “rios Minho, Lima, Cávado, Ave, Vouga, Douro e Mondego, não sendo de excluir situações de cheias provocadas pelo aumento de caudal das principais linhas de água”. Existe ainda a possibilidade da ocorrência de deslizamentos de terra, “acidentes na orla costeira” e “danos em estruturas montadas ou suspensas“.

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A Proteção Civil aconselha todos a garantirem “a desobstrução dos sistemas de escoamento”, adotarem “uma condução defensiva”, a não atravessarem “zonas inundadas” e colocarem correntes de neve sempre que se justificar.

Além disso, devem estar atentos “às estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras estruturas suspensas” e garantir a sua “adequada fixação”.

As áreas arborizadas, a orla costeira e as zonas ribeirinhas devem ser evitadas, assim como todas as atividades relacionadas com o mar, pede ainda a Proteção Civil.

Sete barras marítimas encerradas, dez distritos com aviso laranja, Coimbra com plano de emergência

Ainda esta tarde, Autoridade Marítima Nacional (AMN) já tinha pedido às pessoas que se afastassem da linha da costa. Em declarações à agência Lusa, o porta-voz da Autoridade Marítima Nacional, Paulo Vicente, lembrou que até ao momento o mau tempo já obrigou ao encerramento de sete barras marítimas – Caminha, Esposende, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Figueira da Foz e Douro.

Dadas as condições do mar e o agravamento que se espera do estado do tempo, Paulo Vicente pediu a que todos aqueles que têm no mar a sua atividade profissional ou de recreio uma “cultura de segurança marítima” – o conselho estende-se a todos os cidadãos, dado que ultimamente têm-se registado alguns acidentes por causa de quem procura o melhor enquadramento para a uma fotografia do mar.

Ao início da manhã, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) aumentou para dez o número de distritos sob aviso meteorológico laranja, mais seis do que no final do dia de sexta-feira. Faro, Setúbal, Lisboa, Leiria, Beja e Coimbra constam agora também da lista de aviso meteorológicos de chuva intensa e forte agitação marítima, juntando-se a Porto, Viana do Castelo, Aveiro e Braga.

Entretanto, em Coimbra, a Comissão Municipal de Proteção Civil foi obrigada a acionar o Plano Especial de Emergência para Cheias e Inundações para fazer face a incidentes provocados pelo mau tempo e à subida das águas do Mondego.

Os bombeiros estão também a acompanhar a situação em pontos historicamente críticos como o Cabouco, Parque Verde e Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, mas até agora não há registo de situações graves.