O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, disse hoje que o aumento do preço dos combustíveis não vai afetar a competitividade do setor do calçado que, pelo contrário, está a beneficiar da queda do Euro.

“Não me parece que vá, por essa via, haver perda de competitividade do setor, pelo contrário. O que vemos é um setor com muita vitalidade, muita competitividade, que está neste momento também a beneficiar do Euro estar mais baixo para exportar e entrar em novos mercados”, afirmou o governante em Milão durante uma visita à feira de calçado MICAM.

Manuel Caldeira Cabral acrescentou que “os combustíveis baixaram muito no último ano e o aumento da tributação sobre os combustíveis vai ter um ligeiro acréscimo no preço”.

“Exatamente para não prejudicar as indústrias exportadoras, o que se colocou foi uma majoração que vai facilitar às empresas transportadoras compensar esse aumento da tributação sobre o efeito petrolífero”, declarou o governante.

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Segundo Caldeira Cabral, “o efeito nas exportações e transportadoras vai ser por essa via anulado”.

Mas se do lado do Governo o cenário é otimista, já os próprios empresários temem que a subida do preço dos combustíveis afete o negócio.

“Provavelmente afetará. Esperemos que não se reflita nos preços”, afirmou Américo Pinto, responsável das marcas Pratik e Imagini que, em 2015, atingiram uma faturação de 34 milhões de euros, com a exportação a valer 85% da produção.

O responsável admitiu, contudo, reduzir preços noutras áreas para fazer face ao aumento dos custos dos combustíveis e, assim, conseguir não aumentar o valor final de cada par de sapatos.

Já Pedro Costa, da marca Cafeína, acredita que um aumento de “seis cêntimos por litro” vai “afetar bastante” quem tem vários carros na estrada.

Pelo contrário, Amílcar Monteiro, da Fly London, afirmou-se confiante de que este aumento “não terá impacto na indústria” e que “não será por aí que [o setor] vai perder competitividade”.

A Micam decorre entre os dias 14 e 17 de fevereiro e contará com a presença de mais de 1.600 expositores, de cerca de 50 países, e mais de 40 mil visitantes profissionais.

Aquela que é a maior feira do calçado do mundo conta com a participação de 95 empresas, responsáveis por 500 milhões de euros em exportações.

A acompanhar a comitiva portuguesa da “Sexiest Industry In Europe” estiveram hoje, dia da abertura, o ministro da Economia, o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, e o secretário de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira.