Assunção Cristas não terá neste congresso um adversário em Filipe Anacoreta Correia, líder da tendência Alternativa e Responsabilidade. O centrista não só não se candidata à liderança do CDS, como apoia a antiga ministra da Agricultura, indicando que ela é “uma candidata forte” com “vontade de trabalhar com todos”. Mesmo assim, a alternativa vai apresentar moção ao congresso que se realiza já a 12 e 13 de março, em Gondomar.

Ao Observador, Anacoreta Correia afirmou que tendo em conta o momento que o país está a viver, Assunção Cristas reúne a “credibilidade” e as “competências técnicas” necessárias para vir a ser primeira-ministra, caso haja novas eleições. “Ela é a pessoa em melhores condições para liderar o partido. Temos de ter em conta a fragilidade do Governo no poder e de ela ser uma boa candidata a primeira-ministra”, assumiu o centrista.

A decisão de não avançar, ao contrário do que aconteceu no último Congresso em que se bateu contra Paulo Portas, aconteceu depois de ter percebido que Cristas “não ia excluir ninguém” e estava disposta a “introduzir mudanças” no partido. “Deu-nos garantias determinantes. Paulo Portas foi um líder que centralizou muito e sempre critiquei esse aspeto. Assunção Cristas quer reforçar os órgãos do partido”, defendeu Filipe Anacoreta Correia.

Mesmo sem uma candidatura à liderança, a tendência vai apresentar uma moção ao Congresso em que pretende fazer uma análise ao passado do partido, nomeadamente ao desempenho do Governo PSD/CDS, onde vai expor o que deve mudar no CDS e ainda quais são os temas em que o partido se deve debruçar daqui para a frente.

Devido à sua posição nas listas às legislativas em Lisboa, Anacoreta Correia vai suceder a Paulo Portas na Assembleia da República como deputado. A mudança deverá acontecer já depois do Congresso, altura em que o antigo líder vai renunciar ao lugar de deputado.

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