Desde 15 de janeiro que se sabia que a Duquesa de Cambridge ia ser editora convidada por um dia na edição britânica do Huffington Post. A ideia não era apenas estrear-se nas lides do jornalismo, mas também chamar a atenção da população daquele país (e não só) para uma situação bem real: os problemas mentais das crianças.

A primeira intervenção de Kate Middleton na imprensa aconteceu esta quarta-feira. Apesar de o texto não ser muito longo, conseguiu passar uma mensagem clara, com a duquesa a abrir o coração para um tema sensível: é a própria que conta que pouco depois de se ter casado, em abril de 2011, começou a trabalhar com associações de caridade que lidavam diariamente com famílias problemáticas, onde se incluíam crianças vulneráveis. A par do choque, o confronto com uma realidade muito diferente da sua fê-la abrir os olhos:

O que eu não estava à espera de ver vezes sem conta era que os problemas que levam as pessoas à adição e à tomada de decisões destrutivas parecem resultar sempre de desafios de infância por resolver. Tornou-se claro para mim que muitas crianças — até aquelas com menos de cinco anos — tinham de lidar com problemas complexos sem resiliência emocional, linguagem ou confiança para pedir ajuda.”

No artigo intitulado “Vamos fazer uma diferença real para toda uma geração de crianças”, a duquesa de Cambridge pôs o dedo na ferida e falou do facto de os problemas mentais ainda serem tabu numa sociedade que perpetua o medo e a vergonha em pedir ajuda.

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A saúde mental das nossas crianças tem de ser vista como algo tão importante como a sua saúde física. Durante muito tempo temos tido vergonha em admitir quando as nossas crianças precisam de ajuda emocional ou psiquiátrica por recearmos que o estigma associado a estes problemas seja determinante para os seus futuros”, continuou Kate Middleton.

Mãe de George e de Charlotte (com dois anos e nove meses, respetivamente), a mulher do príncipe William admitiu ainda que vai encorajar ambos os filhos a falar sobre os seus sentimentos, bem como apostar em dar-lhes ferramentas para que os pequenos possam ajudar os outros. “Sabemos que não há vergonha (nenhuma) numa criança pequena com dificuldades em lidar com as suas emoções ou a sofrer de uma doença mental”, concluiu.

O texto de estreia de Kate Middleton no universo do jornalismo não foi publicado ao acaso e tem como companhia diversos trabalhos sobre a saúde mental dos mais novos, associados a uma edição temática do respetivo jornal que quer promover o projeto mundial Young Minds Matter.