Em dia de início de debate do Orçamento do Estado, com a garantia que o documento na primeira votação geral terá a aprovação dos partidos que apoiam o Governo, o número dois do Executivo, Augusto Santos Silva lembra as conversas com Bruxelas, que recusa tratarem-se de negociações, e afirma que a atual situação há como que “uma forma incompreensível e indigna de tentar condicionar o debate político”.

Na entrevista ao Público (ver edição impressa), o Ministro dos Negócios Estrangeiros fala ainda sobre os consensos com o PSD. Um dia depois de ter criticado a postura dos sociais-democratas, nas jornadas parlamentares do PS este fim de semana, Augusto Santos Silva diz que “os consensos [com o PSD] não são potenciai, mas absolutamente necessários”.

Ainda na mesma entrevista, recusa ainda a ideia de que “há regras diferentes consoante a geografia ou a ideologia dos Governos seria fatal”. A explicação encontra-se na ideia de que a pressão de Bruxelas se prenderia com a situação em Espanha, evitando que o país vizinho imitasse a forma de Governo de Portugal. Ora Santos Silva acha essa visão inaceitável: “Não é aceitável que o Orçamento português seja visto pensando na política em Espanha, qualquer que ela seja”.

Apesar de considerar que não houve negociação com Bruxelas, mas sim “diálogo”, Augusto Santos Silva admite que existiram problemas de comunicação lá fora. Em causa, disse, está sobretudo a desinformação sobre algumas iniciativas do Governo como, por exemplo, a reposição dos salários dos funcionários públicos. Tudo porque em Bruxelas passou como um aumento e não como uma reposição depois do corte nos últimos seis anos. Ora para Santos Silva, o problema de comunicação é também um “problema político”.

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