O Podemos não vai apoiar nem vai estar em nenhum governo que inclua o Ciudadanos, anunciou o líder do partido, Pablo Iglesias. As declarações foram prestadas numa conferência de imprensa, onde Pablo Iglesias comentou o acordo anunciado esta terça-feira, entre os socialistas e o Ciudadanos (partido de centro-direita espanhol).

A única hipótese de uma coligação entre os dois partidos no governo ser viabilizada, reiterou Iglesias, é “se o PP se juntar a esse acordo”. Caso contrário, “não é um acordo nem de governo nem de investidura”, porque não permite uma maioria de deputados que o viabilize, defendeu.

O líder do Podemos voltou a defender a ideia de que os socialistas só têm duas opções: ou se coligam com “os partidos da direita”, isto é, com o Ciudadanos e o PP, ou se coligam com os partidos da esquerda, uma fórmula que requer uma coligação com o Podemos, Esquerda Unida e Compromisso e o apoio de vários pequenos partidos (alguns independentistas) do país. Juntar Podemos e Ciudadanos é impossível, avisou Iglesias:

Quem pensou que há mais do que duas opções [de governo] ou cometeu um erro ou quis levar [os espanhóis] ao engano.

Com a rejeição do Podemos, a fórmula política que o PSOE parecia querer formar (um acordo a três, com o Ciudadanos e com o Podemos) parece ficar fora de hipótese. A alternativa proposta por Iglesias, isto é, um governo formado apenas por partidos de esquerda, não parece sólido, já que precisaria do apoio de vários pequenos partidos espanhóis (e alguns já anunciaram a intenção de não viabilizar um governo que não aceda às suas pretensões independentistas). E a alternativa proposta por Albert Rivera, do Ciudadanos, exigiria a abstenção do PP, algo que parece igualmente improvável.

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