Mais de 100 sindicalistas socialistas, bloquistas e independentes subscreveram um manifesto a propósito do XIII Congresso da CGTP onde defendem a renovação do sindicalismo e uma maior abertura da central ao diálogo com a sociedade para obter soluções favoráveis aos trabalhadores.

“O XIII Congresso da CGTP-IN não deve ser uma oportunidade perdida para uma renovada afirmação do sindicalismo”, diz o documento que vai ser distribuído na sexta-feira aos congressistas e convidados da Intersindical.

Os subscritores do manifesto consideram que “é preciso enfrentar com verdade e rigor os problemas actuais do trabalho, do sindicalismo e do contributo dos sindicatos para uma política diferente no novo ciclo político. Para isso é necessário que o congresso seja um espaço de debate e deliberação inclusivo e democrático”.

O documento salienta-se que a CGTP-IN realiza o seu XIII Congresso, sexta-feira e sábado, “no contexto de um novo ciclo político mais favorável aos trabalhadores, após as eleições legislativas em que a maioria dos portugueses recusou a austeridade dos últimos anos e votou pela mudança, entregando a maioria de votos e de mandatos aos partidos da esquerda”, que viabilizaram um Governo socialista.

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“Esta mudança política de grande alcance é inseparável do firme combate e da ampla mobilização social desenvolvidos pelos trabalhadores e pela CGTP-IN contra a austeridade, que se somou à resistência e à iniciativa de outros movimentos sociais, espaços de cidadania e forças políticas. A direita acabou derrotada e desalojada da governação”, reconhecem os sindicalistas.

Os subscritores do manifesto consideram que o novo quadro político “apresenta melhores condições e novas possibilidades para o combate da CGTP-IN e para a acção coletiva dos trabalhadores em defesa do trabalho digno e dos direitos sociais”.

“O sindicalismo de classe, independente, democrático e solidário que a CGTP-IN representa, é assim chamado a ter um papel da maior relevância social e política para a consolidação e o desenvolvimento de soluções políticas favoráveis aos trabalhadores e ao país”, consideram.

Os sindicalistas defendem ainda que “a construção da unidade e dos denominadores comuns de acção colectiva se fundamente no reconhecimento de que todas as opiniões contam, que os problemas devem ser enfrentados e debatidos e não ignorados” e a diversidade deve ser reconhecida e usada para fortalecer a CGTP-IN e a democracia sindical.

“Os trabalhadores precisam de uma CGTP-IN mais aberta, mais democrática, mais disponível para o diálogo com a sociedade, com os agentes políticos e com as outras organizações sindicais e movimentos sociais”, diz o manifesto, que defende a revitalização do sindicalismo.

Os sindicalistas minoritários da CGTP salientam ainda que “é tempo de abandonar uma neutralidade formal sem sentido e promover a filiação na Confederação Internacional dos Sindicatos (CSI)”.

O Manifesto é subscrito por mais de 121 sindicalistas, membros dos órgãos dirigentes da CGTP-IN, de Federações, Uniões, presidentes de Sindicatos e Coordenadores de Comissões de Trabalhadores.

O coordenador da corrente sindical socialista da Inter, Carlos Trindade, é o primeiro subscritor do documento, no qual constam ainda os nomes do dirigente do Sindicato de Professores de Lisboa, António Avelãs, e o coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, António Chora, entre outros.