O Conselho Regional do Norte reúne-se hoje para avaliar as consequências das alterações de rotas a partir do aeroporto do Porto para o tecido empresarial e institucional da região.

A reunião da comissão permanente do juntará o presidente, vice-presidente e vogais do Conselho Regional do Norte e ainda os presidentes das comunidades intermunicipais da região e da Área Metropolitana do Porto, a Entidade Regional de Turismo Porto e Norte, representantes do tecido empresarial e autarcas da Maia, Matosinhos e Porto.

Do lado das autarquias, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, tem sido um dos maiores críticos da estratégia da transportadora aérea, acusando a empresa ter em curso uma estratégia para “destruir o aeroporto Francisco Sá Carneiro”, com vista a construir em Lisboa “um novo aeroporto e uma nova ponte”.

De Matosinhos, o presidente Guilherme Pinto defendeu na terça-feira que o Conselho Metropolitano do Porto (CmP) deve tomar “uma atitude violenta” relativamente à TAP, não tanto pela perda de voos mas pela “forma de estar da empresa”.

Já na passada semana, o presidente da Câmara da Maia, Bragança Fernandes, apelou ao Governo para que não deixe a TAP abandonar o aeroporto do Porto, defendendo até um “incremento das suas ligações” diretas de e para o aeroporto Francisco Sá Carneiro.

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Também na passada semana, as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto alertaram o Governo para a necessidade de não permitir a redução da oferta dos transportes aéreos, nomeadamente da TAP, no sentido de evitar prejuízos para “o desenvolvimento económico regional e nacional”.

Do ponto de vista empresarial, o setor do calçado, pela voz da Associação dos Industriais de Calçado, admitiu estar a acompanhar “com apreensão” o eventual fim das ligações Porto/Milão pela TAP, que foi sempre “a companhia de excelência” das empresas daquela fileira.

A companhia aérea TAP já informou que as quatro rotas europeias canceladas a partir do Porto representavam um prejuízo de 8,02 milhões de euros e disse que a Portugália “vai continuar a existir”, como desde 2007.

Órgão consultivo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), o Conselho Regional do Norte acompanha as atividades da comissão e dá parecer sobre os planos e programas de desenvolvimento regional.

Das suas competências destaca-se, ainda, pronunciar-se sobre as medidas de descentralização e desconcentração administrativa que sejam suscetíveis de possuir impacte no modelo e na organização territorial das políticas públicas de níveis regional e local.