O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu esta quarta-feira que seria bom que o Governo tomasse a iniciativa de apresentar uma solução para fazer face aos riscos orçamentais, e não esperar que as coisas se resolvam por si.

“Era bom que o governo tomasse a iniciativa de oferecer uma solução que evitasse andarmos sempre à espera de um `plano b´ ou `plano c´. Quando nós sabemos que as coisas não estão muito bem o melhor é resolver logo o assunto e não andar sempre a empurrar a ver se a coisa se resolve por si”, declarou.

Pedro Passos Coelho considerou que “há riscos elevados associados” ao Orçamento do Estado para 2016, e que, “as coisas parecem não estar muito sólidas quer do lado da receita quer do lado da despesa”, após questionado pelos jornalistas no final de uma visita à 21.ª edição do Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas (SISAB), Lisboa.

“As coisas parecem não estar muito sólidas quer do lado da receita quer do lado da despesa e eu creio que é por essa razão que o Governo tem sentido a necessidade, ou pelo menos tem sido pressionado, a adotar uma segunda linha de medidas que possam resolver esses problemas”, disse.

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Na análise da proposta orçamental para 2016, em discussão na especialidade no parlamento, o Conselho O Conselho de Finanças Públicas (CFP) considerou que a redução do défice este ano assenta na melhoria económica, com “riscos significativos” de tal não se concretizar e afirmou que a consolidação estrutural é insuficiente para alcançar os objetivos.

A entidade liderada por Teodora Cardoso afirma que, no que diz respeito às previsões orçamentais, “os riscos advêm, em primeiro lugar, do próprio cenário macroeconómico, particularmente relevante para fundamentar as previsões de receitas fiscais”.

Pedro Passos Coelho considerou “importante que o Governo esteja atento porque parte do mau desempenho” da economia no último trimestre de 2015 “resultou de as pessoas terem dúvidas sobre o que se ia passar”.

“Há investidores assustados. E esse clima penaliza o crescimento do país. Precisamos de previsibilidade”, defendeu, considerando que para que o ano económico possa melhorar, o Executivo PS terá que “mudar a abordagem que está a fazer, quer do Orçamento do Estado quer da política económica”.