A ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, prometeu hoje que o Governo tudo fará para evitar que mais mulheres morram vítimas de violência doméstica, anunciando a implementação de uma equipa interdisciplinar para avaliação periódica dos casos de homicídio.

Na inauguração da exposição “Aqui Morreu uma Mulher”, no Largo Camões, em Lisboa – que contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa – Francisca Van Dunem, assumiu, em nome do Governo, que serão criadas todas as condições para melhorar a capacitação de Portugal em várias áreas no combate aos crimes de violência doméstica.

“Hoje, aqui, ao prestar homenagem a estas vítimas o que fazemos é uma promessa: não cruzaremos os braços e que tudo faremos para evitar que novas vítimas apareçam”, prometeu a ministra da Justiça no final da visita à exposição fotográfica, que é uma iniciativa conjunta do gabinete do ministro adjunto, da Câmara Municipal de Lisboa e da Revista Visão.

Van Dunem disse ainda ser preciso implementar algo que está previsto na lei, que “é uma equipa interdisciplinar para avaliação periódica dos casos de homicídio em violência doméstica”.

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“O Governo tem preparada uma portaria que se destina a pôr em ação essa equipa. Através de casos de passados nós podemos ser capazes de melhor compreender e melhor predizer as situações de risco. O que está em causa é proteger as pessoas do perigo”, explicou.

O primeiro-ministro, António Costa, alertou para a “gravidade deste crime” e para a “cumplicidade geral que a sociedade tem de silenciar, de ignorar, de desculpar estas ocorrências”.

“Estes homicídios não são gestos de amor, não são atos de piedades, são crimes. E crimes com a gravidade especial por ser entre pessoas que têm um laço familiar”, lamentou.

Na opinião do primeiro-ministro, esta exposição convoca toda a gente para o combate a um crime que depende de todos, não sendo “tolerável suportar mais crimes destes”.

A ministra da Justiça tinha ainda destacado a necessidade de trabalhar na prevenção do risco, uma vez que “em algumas destas situações estas mulheres tinham entrado já em contacto com os sistemas formais de controlo e tinham pedido ajuda”.

“Estamos a trabalhar para capacitar a comissão de proteção de vítimas de crimes violentos para proteger as vítimas”, assegurou ainda, acrescentando ser necessário perceber também a problemática dos agressores para entender como é que é possível evitar estes crimes.

No Dia Internacional da Mulher foi inaugurada esta exposição que resulta de uma fotorreportagem dos jornalistas da Visão Teresa Campos e José Carlos Carvalho, que durante um ano percorreram os locais onde, em 2015, 28 mulheres foram mortas às mãos dos seus companheiros.