O ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes, disse hoje, em Coimbra, que é “fundamental reequipar, modernizar e construir capacidades para as Forças Armadas”, de forma racional e segundo critérios de necessidade e eficiência.

Tais objetivos deverão ser alcançados em função das leis de Programação Militar e de Infraestruturas, sustentou o governante, que falava na sessão de abertura do congresso ‘Portugal na Grande Guerra’, que está a decorrer no auditório da Brigada de Intervenção, no quartel Santana, em Coimbra.

Estas “são as leis de que dispomos e, como já tenho dito, não padeço da pulsão de legislar ou de alterar legislação para exercer estas funções ou, ainda menos, para transmitir a ideia de que as estou a exercer através do Diário da República”, sublinhou Azeredo Lopes.

As Forças Armadas (FA) têm, “cada vez mais, um papel relevante a desempenhar enquanto instrumento da política externa do Estado”, atualmente, “porventura, num patamar mais exigente do que há um século”, sustentou o ministro.

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Portugal está integrado num “quadro estratégico de alianças cada vez mais institucional, trate-se da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte], da União Europeia, da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], das Nações Unidas, da OSCE [Organização para a Segurança e Cooperação na Europa] ou de outras organizações regionais”, lembrou.

Além de “coligações internacionais para fazer face a ameaças de conjuntura que ameaçam transformar-se em estruturais, como é o caso presente do terrorismo transnacional”, salientou Azeredo Lopes.

Importa assim que a defesa nacional e as FA assegurem os objetivos de Portugal, enquanto “Estado soberano, independente e seguro” e respondam com “eficácia e competência” aos compromissos assumidos.

Portugal é “muito avaliado, para dizer o menos”, alertou Azeredo Lopes, sustentando que o que o país fizer na área da defesa nacional valoriza-o e credibiliza-o perante os seus aliados e, “como agora se diz, parceiros fundamentais”.

O desafio de participar com outras nações na defesa de valores e no respeito e cumprimento de compromissos justifica a intervenção no contexto internacional, o mesmo contexto que há um século fez com que Portugal não conseguisse manter-se arredado de “um conflito que varreu” o continente europeu e que acabou, ” de alguma forma, por se ‘globalizar'”, acrescentou.

“É neste contexto que é também importante perceber e ‘aprender’ as lições da história”, frisou Azeredo Lopes.

O congresso internacional ‘Portugal na Grande Guerra’, que decorre até quinta-feira, em Coimbra, coincidindo com o centenário da declaração de guerra da Alemanha a Portugal (09 de março de 1916), deter-se-á, designadamente, nas consequências da “participação do Exército e da Marinha de Portugal no primeiro conflito militar à escala mundial” (1914 e 1918).

Organizado pelo Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra (CEIS20) e pela Comissão Coordenadora da Evocação do Centenário da I Guerra Mundial, o encontro integra-se no programa nacional da evocação do conflito.

Participaram também na abertura do congresso o chefe do Estado Maior do Exército, general Carlos Hernandez Jerónimo, o vice-reitor da Universidade de Coimbra Joaquim Ramos de Carvalho, o presidente da comissão coordenadora da evocação da Grande Guerra, tenente-general Mário de Oliveira Cardoso, e o coordenador do CEIS20, António Pedro Pita.