Uma equipa de investigadores da Universidade de Houston descobriu que nanopartículas de ouro aquecidas pela luz podem matar bactérias em poucos segundos, apresentando-se assim como um método rápido de esterilização de material hospitalar. Os resultados foram publicados na quinta-feira na revista científica Optical Materials Express, da Sociedade de Ótica norte-americana.

“Mostrámos que todas as bactérias morreram bastante rapidamente, em cinco a 25 segundos. É um processo muito rápido”, disse o coordenador do estudo Wei-Chuan Shih, professor no Departamento de Eletrotécnica e de Computadores, na Universidade de Houston (Texas).

Trabalhos anteriores já tinham demonstrado que as nanopartículas de ouro podiam absorver a luz, converter os fotões em calor e atingir temperaturas elevadas. Este calor tem a capacidade de matar células que se encontrem na região, como células cancerígenas ou bactérias, refere o comunicado da sociedade.

Santos et al 2016 OME_bacterias nanoparticulas de ouro_2

Quando atingidas pela luz, as nanopartículas aquecem e matam as bactérias. Nas experiências controlo não há morte das bactérias (controlo 1 – sem nanopartículas, nem luz; controlo 2 – com nanopartículas, mas sem luz; controlo 3 – sem nanopartículas, mas sem luz) – Santos et al. (2016) OME

Reduzidas a poucos nanómetros – centenas de vezes mais pequenos que um fio de cabelo -, as partículas de ouro mostraram ter propriedades antimicrobianas quando ativadas pela luz. Mesmo as bactérias que normalmente seriam capazes de suportar temperaturas elevadas na natureza, como as que vivem nas fontes termais, não aguentaram o choque térmico das nanopartículas que em poucos segundos chegaram aos 180 graus Celsius.

Esta técnica mostrou-se muito mais rápida do que a água a ferver ou os fornos para esterilizar material. Assim, cobrir o material hospitalar com uma fina camada de nanopartículas de ouro pode permitir a esterilização rápida do material, como por exemplo os cateteres (um dos principais veículos de infeção nos doentes hospitalizados). Basta fazer incidir uma luz que ative as nanopartículas, sem a necessidade de remover e substituir os materiais sempre que estes tenham de ser limpos.

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