O escritor e académico francês Alain Decaux, que colocou a História acessível a todos através da rádio e da televisão, morreu este domingo com 90 anos. Tão bom a narrar como a escrever, este homem de olhar benevolente, de voz alegre e suave, sabia contar o passado como se o tivesse vivido.

“O senhor é parte da paisagem francesa”, disse-lhe o presidente francês François Mitterrand, quando Alain Decaux era ministro da Francofonia (1988-1991). O historiador, não universitário, foi responsável por sessenta livros, milhares de emissões de rádio e televisão, de argumentos de filmes e de peças.

“Nunca saberei se [O Conde de] Monte Cristo (livro de Alexandre Dumas) me salvou a vida, mas devo-lhe a minha paixão pela História”, disse Alain Decaux, depois de se ter batido pela admissão dos restos mortais de Alexandre Dumas no Panteão.

Em 1951, Alain Decaux estreia na Radiodifusão francesa, com André Castelot (que morreu em 2004), “La Tribune de l’histoire”, programa que seria difundido semanalmente sem interrupções até 1997.

Para a televisão francesa criou “La caméra explore le temps” (com Stellio Lorenzi e André Castelot), exibido de 1957 a 1966. Em Portugal foi editado, pelo menos, “A Revolução da Cruz – Nero e os Cristãos” de Alain Decaux.

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